Como é de conhecimento geral as férias de Verão
estão divididas em dois grupos: o grupo da “toalha ao ombro” (malta dos 15 aos
30 e tal anos) e o da “arca congeladora” (casados e velhotes). O ataque a esta
estação é variado pelas duas partes, e é aí que eu entro (bem, tecnicamente
entrei no início da crónica para a escrever, mas vocês percebem a ideia ...).
De seguida passo a escrutinar ambos os grupos:
“Toalha
ao Ombro”
Tempo
de praia, passear com os amigos, saídas à noite com o calor, ir para as zonas
verdes, apanhar sol e enquanto as meninas olham para os sócios com músculos os
rapazes olham para os biquinis e para as curvas (e pronto, para os rapazes a
crónica poderia acabar por aqui, não era rapaziada?)
- Basicamente
na praia baseiam-se no esticar a toalha, pôr o protector solar, sacar a bola do
saco e ter sempre uma frase de engate ou um piscar de olho pronto para o caso
de passar algo “jeitoso” para a vista. É o tempo dos namoros de 4 horas e de
inúmeras tardes a olhar para aquela pessoa que só vai olhar para ti se lhe
acertares com a bola ... ou seja, é como na escola.
- Fora
da praia a atitude tem de continuar. O bronzeado é para ser passeado e esteja
onde estiver é bom que as pessoas percebam que esta pessoa esteve 1h a torrar
sem mexer um músculo enqanto estava deitado na toalha (apenas ficando com a
marca dos óculos que dá sempre “aquele toque”).
“Arca
Congeladora”
Filhos,
mulher e sogros. Aqui estão os ingredientes para as férias de Verão de qualquer
chefe de família. Na mala estão guarda-sois, lancheiras, arcas congeladoras
(sim ok, nao fui muito original no título), os brinquedos dos miúdos, a sempre
indispensável cadeirinha de praia e a sempre aborrecida viagem onde se fala de
tudo e mais alguma coisa que ninguém quer ouvir e que o rádio não consegue
abafar.
- Na
praia demoram mais tempo a montar a tenda do que a permanecer lá. A luta
contínua entre o homem, o vento e o guarda-sol acontece sempre e nunca (e volto
a frisar nunca) o guarda-sol fica como o homem quer.
O homem lê o jornal e discretamente olha para as “babes”, a mulher e a sua mãe discutem o que as vizinhas fazem, o sogro dorme e os miúdos apostam em quem faz o buraco mais fundo na areia. Para quê? Nunca percebi bem ...
O homem lê o jornal e discretamente olha para as “babes”, a mulher e a sua mãe discutem o que as vizinhas fazem, o sogro dorme e os miúdos apostam em quem faz o buraco mais fundo na areia. Para quê? Nunca percebi bem ...
- Nos
parques é fantástico ... porque é praticamente a mesma coisa. Para descarregar
a mala é o mesmo martírio, mas aqui já não há a luta contra o vento, mas sim a
contenda pela melhor sombra. O pai faz o mesmo, as mulheres também, o sogro
continua a dar a sua sesta e a única coisa que muda é que os putos já não
“coleccionam” areia no corpo, mas sim arranhões nos joelhos de tanto se
atirarem para o chão.
Basicamente
o Verão baseia-se nesta frase que eu uso para acabar:
“Uns trabalham para o bronze ... e os outros vêm-no passar”
“Uns trabalham para o bronze ... e os outros vêm-no passar”