Em pleno fim-de-semana de eleições gerais na Espanha, é chegada a hora de conhecer melhor o Vox, um partido de Extrema-Direita fundado há meia dúzia de anos e que não pára de ganhar espaço no país vizinho.
Começemos pelo início. O Vox foi fundado em 2013 por Santiago Abascal, então ex-militante do Partido Popular (PP), cuja camisola vestiu durante cerca de catorze anos. Através desta brevíssima introdução podemos já ver que, ao contrário do que tem vindo a acontecer noutros países, este partido espanhol não é liderado por um candidato “anti-sistema”, mas sim, por um indivíduo fruto do próprio sistema político, uma vez que não só militou por um partido político, como também, exerceu já cargos políticos no país.
Contudo, as semelhanças com outros líderes da Direita radical tornam-se, desde logo, evidentes quando ouvimos soundbites como “os espanhóis primeiro” ou “juntos faremos Espanha grande de novo”, entre outros lançados num comício em Madrid em outubro do ano passado, o qual reuniu cerca de 9000 pessoas.
Aproveitando a onda populista anti-imigração que tem emergido na Europa, o Vox propõe, entre outras coisas, expulsar imigrantes em situação irregular, revogar a lei contra a violência de género, instaurar a prisão perpétua, eliminar a lei de memória histórica (a qual inclui medidas a favor das vítimas do franquismo) e proibir o aborto, a juntar à mensagem nacionalista e xenófoba do partido.
Também como outros candidatos europeus da ala direita, ao longo da campanha eleitoral, o Vox tem previligiado o contacto com o eleitorado através das redes sociais ao contacto veinculado pelos mass media. Procurando descredibilizar estes últimos.
Entenda-se que o "sucesso" a que me refiro no título do artigo pode não significar, em sentido lato, a eleição do partido no próximo Domingo, mas antes, o simples facto de este obter uma percentagem de votos significativamente superior à da eleição anterior ou até a possibilidade de formar governo em coligação.
Entenda-se que o "sucesso" a que me refiro no título do artigo pode não significar, em sentido lato, a eleição do partido no próximo Domingo, mas antes, o simples facto de este obter uma percentagem de votos significativamente superior à da eleição anterior ou até a possibilidade de formar governo em coligação.
Nas últimas eleições gerais, em 2016, o partido havia apenas obtido 47000 votos. Em finais de 2018, uma sondagem do CIS (Centro de Investigaciones Sociológicas) atribuía ao partido uma intenção de voto de apenas 1,4%. Atualmente, em vésperas de novo ato eleitoral, a mais recente sondagem atribui uns 10% ao partido liderado por Abascal.
Fotografia: EITB.EUS
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