"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."
(E.L. Doctorow
)

"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."
(Nathaniel Hawthorne
)

sábado, 31 de dezembro de 2011

2011: Altos e Baixos

E pronto, mais um ano com 12 meses está a acabar e este foi rico em … coisas. Muito se passou, acontecimentos marcantes, banais, de fazer rir e chorar, enfim toda uma panóplia (sim, sim, eu disse panóplia) de momentos.
Decidi apenas falar de alguns, aqueles que eu acho q marcaram mais este ano que agora acaba. Portanto aqui ficam as minhas escolhas:

Altos:
- Fado: Neste ano vimos um símbolo nosso tornar-se património imaterial da UNESCO. Sim, é certo que muitos de nós não oferecemos a maior atenção, mas não deixa de ser razão para louvarmos este feito, porque afinal de contas o fado é apenas “nosso”.

- Mortes de Bin Laden e Khadafi: Pode ser estranho por mortes como ponto “alto”, mas o desaparecimento destas duas individualidades fez respirar melhor quem sentia o tormento e o medo constante. Em jeito de brincadeira, o Inferno acabou de ganhar uma nova dupla de atacantes …

- Final da Liga Europa: Pela primeira vez uma final europeia teve dois clubes portugueses. Braga e Porto levaram Portugal a Dublin para erguer o nosso futebol. Aproveito para dizer que é de destacar também a fantástica prestação do FC Porto com Villas-Boas ao comando, visto que venceu 4 troféus.

Baixos:
- Orçamento de Estado: Depois desse fatídico anúncio as palavras “indignação”, “austeridade”, “crise” e” revolução” foram as palavras mais ouvidas em 2011. Seguiram-se manifestações com gerações à rasca e com outras temáticas de pessoas que sentiam que não só o seu dinheiro lhes estava a fugir como também o seu emprego.

- O colapso da Europa: O “velho continente” está a perder fulgor e neste ano teve de passar por testes de fogo.  No entanto a dona Merkel e o seu anão de serviço Sarkozy parecem ter as ideias em ordem (dizem eles, e visto que são eles que mandam, só temos de aceitar não é?).

- Agosto fraquinho: O que choveu em Agosto meu deus. Eu ainda sou do tempo em que em Agosto o pessoal juntava-se e ia o dia todo para a praia ou ia com a família passear por aí … este ano via-se agua também mas era a cair do céu enquanto estávamos em casa a espera que isto fosse uma partida de mau gosto.

Antes de acabar digo também que uma personalidade como Futre também estaria sem dúvida nos “altos” e a dupla Sócrates/Passos Coelho nos “baixos”, mas preferi não alongar em demasiado.
Um bom 2012 para todos.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Até para o ano :')

25 de Dezembro, 17:22, o dia de Natal está a acabar.


Acaba-se o dia, mas para muitas pessoas, mantém-se o espírito, ou pelo menos as decorações...
Para outros, já começou a contagem decrescente para o novo ano e o Natal foi apenas uma paragem nas boxes  impossível de evitar...

O Natal é uma época que traz um misto de emoções, independentemente de quais e do porquê delas.
A felicidade, de quem anseia pelo grande dia porque se vai divertir a comer, vai encontrar a família, vai receber a tão esperada prenda.
A tristeza, dos que não apreciam esta época, pelos mais variados motivos, mas mesmo assim são "bombardeados" por ela por todos os lados...
O stress dos que se preocupam mais com o que vão comprar do que para quem vão comprar...
A emoção dos que têm neste dia a hipótese de ver pessoas que durante o ano dificilmente o conseguiriam fazer...
A lista podia continuar, mas seria apenas repetir algo que já todos conhecem ou se identificam.

No meu caso pessoal, o Natal é uma época alegre, não costumo nem dar nem receber muitas prendas, mas gosto de passear, ver as ruas enfeitadas e uns quantos gajos vestidos de vermelho e barba comprida (sem serem adeptos dum clube do sul)... Ver a alegria que as pessoas mostram, uma maior simpatia mesmo que temporária.
Desde pequeno que o meu Natal foi comprido, vindo de uma família separada, sempre pude visitar vários ambientes natalicios, do lado da  familia do meu pai e da minha mãe. Habituei-me a fazer às vezes 3,4 àrvores e presépios e quando chegava ao Natal esse era sempre um dos meus "pontos altos".
Agora mais "velho", com menos prendas, menos árvores, muitas vezes mais trabalho e com uma familia mais encurtada, tenho uma realidade completamente diferente, mas que não muda o meu ver do espirito natalicio que sai deste ano reforçado por o ter vivido de duas maneiras diferentes, em duas terras diferentes.
Felizmente mais um Natal se passou, mais um Natal em grande e que para o ano se repita.
Espero que todos os que valorizam a essência desta época também assim o tenham passado bem e para quem não teve essa felicidade, mais anos virão e pior, nunca!

Desejo a todos a continuação de Boas Festas!

Natal: se o início fosse diferente …

Toda a gente conhece a típica história do “menino” Jesus e do presépio e por aí fora … o quê, não conhecem? Não perdem nada, nós trazemos uma melhor.

Na nossa ideia, Jesus era um menino que tinha tudo do bom. Essa história de “ah e tal ele nasceu nas palhinhas e ui, nasceu por obra divina” … meus amigos seria feio aparecer na certidão que nasceu num berço banhado a ouro, assim a bíblia parecia um livro da Carolina Salgado.

O que é que chamamos a um homem que chega a casa e a mulher “acontece” que está grávida? Exacto. Chamamos isso. Pois neste caso esse senhor era José, que coitado, de tarde estava sossegado a ajeitar uma marquise pós lados de Jerusalém e a noite descobre que “afinal” vai ser pai (ainda pra mais de um Messias) … acontece a todos né?

Assim, lá se puseram ao caminho (evitando tudo que fosse portagens e scuts) no seu bem apetrechado Fiat Uno (ou era um burro? Na altura andava tudo à mesma velocidade portanto…). Para onde perguntam vocês? Fácil, para o hospital S. João (sim na altura de certeza que era lá, o Mundo dá tantas voltas…). Era a loucura no tele de José: eram posts no Facebook, eram fotos da barriga da mulher, eram músicas do Tony (não vão duvidar que este já por cá andava né?) … curiosamente recebia muitos comentários com a palavra que responde a pergunta do 2º parágrafo … nervoso liga o IPod e relaxa ao som de “o pai da criança”.

Como afinal esqueceram-se dos BI’s em casa, o hospital mandou-os porta fora. A única coisa de jeito aquela hora era um monte de palha com musgo (gentilmente fornecido pelo “ervilha”, o mendigo lá da zona). Este assiste ao parto ajudando com frases importantes como “distorce, vira tudo, isto vale mais do que 50 cêntimos de certeza …” . E assim nasce Jesus Cristo, o rapazola que fazia milagre e por aí fora (não nos apetece estar a alongar isto, mas podemos estragar o final e dizer que acaba por morrer numa cruz.). De destacar que este acontecimento deu para os chineses fazerem furor na altura: terços de plástico às cores, miniaturas do “menino” e camisolas falsas do CR7.

Agora devem estar a pensar por onde andavam os Reis Magos, o burro e a vaca. Calma a gente explica. Os Reis Magos chegaram lá em grande estilo (caps, grills e Air Force nos pés) e levavam para o menino fraldas, um biberão e um cupão com 50% de desconto no Continente. Quanto aos burros e as vacas … bem disso há em todo o lado, essa parte vocês escolhem …

E assim terminamos uma maravilhosa história de como Jesus nasceu para o mundo … ah, é nesta parte que se deseja boas festas não é? Pois então, nesse caso (e porque tem que ser) um Bom Natal.
Filipa Alves/Daniel Teixeira

sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal, época de união

Uma pequena sala, uma mesa desproporcionalmente grande, uma quantidade incomum de pessoas a jantar, conversando sobre temas diversos. Havia de ser uma altura especial, mas não havia bolo de aniversário, muito menos velas. Mas estavam caixas brancas, em cartão, num móvel perto da porta. Na mesa, ainda se jantava. Havia batatas cozidas, legumes e... bacalhau... O rapaz mais novo não gostava de bacalhau. A mãe, conhecedora de seu filho, preparou algo para o pequeno comer. Contudo, o rapaz não tinha muita fome, estava ansioso. Há dias que esperava por aquele momento: abrir os presentes - porque era Natal!

Como é bonita a inocência dos mais novos no Natal; ver os sorrisos quando desembrulham um presente e encontram lá aquele brinquedo que se fartaram de pedir aos pais. 


Mas, como toda a gente, as crianças acabam por crescer. O Pai Natal passa a não existir, mas as prendas permanecem. E o atual do Natal é isto: olhar-se a prendas, esquecer-se o mais importante - a família. Trocaram-se as boas relações familiares por relações comerciais. As pessoas parecem preferir um computador novo a desculparem - ou desculparem-se perante - um pai, um filho, um irmão. Hoje, é preferível manter um orgulho ferido, que aceitar os erros e juntar a família em paz e harmonia.


A família daquele rapaz quebrou-se. No entanto, o pequeno retirou uma lição valiosa que o seguirá na sua vida: acima de tudo, estão aqueles que nos querem bem; aqueles que, sendo do nosso sangue, ou não, mereceram entrar no nosso coração; aqueles que, quer erremos, quer eles errem, deixarão um espaço vazio naquele lugar que haviam conquistado.

O Natal, antes de todo o consumismo que o envolve, deveria ser isto: uma época de paz, sem tensões nem divisões. Deixemos os presentes, esqueçamos um pouco a crise, voltemo-nos para quem nos quer bem, deixemo-nos embalar no inigualável conforto familiar.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Aborto "propositado"


De pouco ou nada servirá este meu ponto de vista, no entanto, como jovem que sou, tenho toda aquela disposição e energia para levar a cabo as minhas ideias e, quiçá, até esteja enganada e elas nutram algum efeito. A ver vamos.
            Ora, como é conhecimento de todos vós, a lei permite que se mate. Não acreditam? Então que significado tem a legalidade da interrupção voluntária da gravidez que não este? Parece que já me soam as vozes liberalistas, dizendo que moralidade não tenho eu nenhuma para julgar tais mulheres, ou então, que é preferível fazê-lo a ter de, mais tarde, educar uma criança sem condições nem amor. Pois para mim, isso são argumentos vergonhosos, como quem diz que um bebé em gestação ainda não “conta”.
            Ao invés, considero que este é dos piores actos contra os direitos humanos; aquele role de declarações que toda a gente gosta de dizer que defende mas que, na verdade, não o pratica. Como a minha avó dizia: de boas intenções está o Inferno cheio. Interromper uma gravidez viola o direito da criança em, simplesmente, ver o mundo, condena-a sem qualquer erro cometido, rouba-lhe a liberdade que viria a ter, enfim… um infinito mar de atrocidades! Que espécie de ser humano mata uma parte de si porque não quer passar o Verão com dez quilos a mais? Podeis também dizer que não dar vida a uma criança é sempre menos doloroso do que a ver crescer com deficiências e, por consequente, desigualdades. Ora eu cá digo que é com esses actos que damos ênfase à diferença, à discriminação. A própria progenitora o exclui; a própria progenitora lhe reconhece diferença e é por isso que ela existe.
            Dê o mundo as voltas que der, o aborto voluntário é um atentado contra a vida e toda a sua hipotética beleza. E lamento de coração fazer parte da geração que viu isto ser legalmente aceite, e mais, lamento assistir ao diminuir do número de pessoas que ainda pretendem reconsiderar e louvar a vida, antes que a raça humana extinga por causa da maldade do Homem.
Rute Rita

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O problema do Euro


“Jacques Delors diz que euro estava destinado ao fracasso - Antigo presidente da Comissão Europeia diz que se fechou os olhos às fraquezas de algumas economias na altura do lançamento da moeda única.” – RR

A pergunta é óbvia: “Então se tinha erros, avançou-se na mesma?”. Se estivéssemos a falar de uma construção civil até se podia dizer que “sim, porque depois a gente resolve”, mas estamos a falar de uma moeda que a Europa quase toda adoptou (se bem que quase que aposto que na reunião final a “resposta” foi a mesma).

É verdade, o Euro agora pode muito bem estar por um fio. Sim, é certo que para muita gente já estava difícil encontra-lo na carteira, mas no panorama europeu já se começa a roer unhas. Lembram-se da festa que se fez na passagem de ano para 2002 em muitos países por causa do Euro? Bem, faz de conta que a pessoa a quem nós fizemos a festa afinal não estava assim tão bem de saúde e tem que ser afastada ….

A moeda que nós portugueses actualmente usamos para pagar impostos, e taxas, e mais impostos, e mais contribuições e por ai fora está “doente” (ok, também enriquece os bolsos de alguns energúmenos, mas desses ‘coitados’ nem falo porque começo logo a lacrimejar).
E como portugueses que somos olhamos logo para o plano B: o regresso ao escudo! Sim, porque aí é que estávamos bem e saudáveis … até querermos entrar na moda do Euro, porque (dizia-se) lá estava-se melhor …

Se o Euro vai ou não cair eu não sei, mas se isso acontecer  vai ser criada uma nova geração: a da frase “eu ainda sou do tempo em que o Euro afundou esta porcaria toda”.

Antes de acabar (até porque a minha tigela com Chocapic está à minha espera) apenas falar sobre o sorteio para o Euro 2012 que revelou que Portugal enfrentaria a Holanda, Dinamarca … e a Alemanha. Dois pontos:
- Será que nem no futebol estamos sossegados?
- Será que Pedro Passos Coelho não teve “mãozinha marota” nisto como garantia que Portugal cumpria as suas promessas com a sr. Merkel?

(bem, já deixei isto no ar, agora vou comer, até à próxima!)