"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."
(E.L. Doctorow
)

"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."
(Nathaniel Hawthorne
)

domingo, 28 de outubro de 2012

Maratona



Chamem a Rosa Mota e o Carlos Lopes! Portugal ao que parece está a meio de uma prova onde eles são medalhados ... a maratona. Palavra de Gaspar!

Esqueçam as corridinhas nas pontes por solidina, soladina, sodilina ... para ajudar os outros (caramba a palavra não me saía) e preparem-se para esta onde, segundo o ministro, é mais prestigiante vencer (apesar de não termos direito a uma sandes e a um iogurte líquido como nas outras).

Vítor Gaspar usou essa competição para descrever a nossa situação actual, depois de referir que "a corrida da maratona foi a imagem mais frequentemente usada para caracterizar estes processos de ajustamento nas reuniões anuais de Tóquio do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial". Ufa, ainda bem que não estamos a meio de um jogo de futebol como Durão Barroso afirmou à uns tempos, já estariamos a perder de certeza e com jogadores a menos ... ao menos numa maratona a gente ainda vai correndo (pelos vistos).

O ministro de Estado e das Finanças considerou que Portugal está "a dois terços da maratona", ou seja, "por volta do 27.º quilómetro", aproximando-se da parte da corrida em que, para não se desistir, "é preciso ter treino, é preciso ter disciplina, é preciso ter persistência, é preciso ter força de vontade, é preciso ter vontade de vencer" ... Agora só falta dizer que vamos ter todos direito a um personal trainer e a caixas cheias de bebidas e barras energéticas. Já fazemos manifestações portanto a nível de corrida com barreiras e estafeta estamos bem treinados.

Durante esta maravilhosa (digo eu) parte do seu discurso, Vítor Gaspar assinalou ainda que Portugal tem "uma maravilhosa tradição de corredores de maratona" e sabe, por isso, "o que significa correr e triunfar na maratona".  É ou não é um pedaço de talento no que toca a comparações? É ou não é uma panóplia de sabedoria que envolve toda uma classe com um desporto onde se recorre ao esforço e onde só se ganha com força de vontade? E como se acaba um discurso destes perguntam vocês ... nada mais fácil do que com a seguinte frase de Gaspar: "O sucesso não está assegurado".

Conclusão:
Com isto Gaspar apresenta-nos os seguintes cenários:
- Ou seremos uma Rosa Mota e chegamos à meta com o prémio merecido depois de tanto esforço;
- Ou somos como os adversários normais do Bolt. Arrancamos, vemos os outros fugir e depois as pernas já não querem andar mais.

Lírico não é?                                                                                  
E tu? Já tens o equipamento de corrida pronto?

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