As Olimpíadas de Natal

Olá pessoas.
Sabem o que é que trago hoje? Palavras, que umas acompanhadas com outras criam frases que depois acabam com um ponto qualquer.

Eu estou a escrever-vos porque alguém tem que começar a cerimónia das Olimpíadas de Natal. E agora vocês perguntam: "Oh Daniel mas o que são as Olimpíadas de Natal?".
Para já não gosto que me façam perguntas desse modo intimidatório e eu só explico se quiser ok? Não me pressionem ...

Todo o português que se preza entra nas Olimpíadas de Natal. Consiste em preparar tudo o que envolve a época natalícia (comida, presentes, adereços para a casa) a partir do dia 20 de Dezembro. A família é a equipa que se junta em prol de um objectivo: sobreviver em nome de um Natal recheado de coisas.


Com essa "inscrição" envolve-se assim em múltiplos desportos giros:

- A corrida aos Hipermercados à procura do bacalhau, das batatas, dos condimentos, das bebidas, dos papeis de embrulho, dos bolos (já feitos para poupar trabalho em casa), dos Ferrero Rocher e Mon Cherry. Esta prova requer acima de tudo velocidade, tendo em conta que a concorrência é feroz e os carrinhos tanto são para transportar os produtos, mas também podem servir de bloqueio aos adversários. No entanto requer também resistência tendo em conta a seca que vai apanhar na fila da caixa.

- A caça ao presentes (AKA: corrida de orientação) onde a destreza é fundamental. Chegar aquele pólo que era perfeito para o pai antes da senhora de óculos que já o está a fitar à 3 minutos é fulcral; alcançar a terceira prateleira que tem o carro telecomandado para o miúdo na loja de brinquedos não pode ser uma missão falhada; aquele "set" de maquilhagem para a mãe que está na boutique não pode fugir, nem que se tenha de calcar pés e partir saltos altos; o DVD dos One Direction tem de estar embrulhado debaixo da árvore antes do Natal, mesmo que implique olhos negros, e algumas cicatrizes de fãs enfurecidas por apareceres de navalha na mão em plena Worten e levares o último exemplar ...

- O jogo de paciência que é escolher os "presentes pequenos" para toda a família e amigos. Desde um porta chaves, a um ramo artificial, a chocolates quase (mas quase) daquela marca que aparece na TV e outros tipos de bugiganga que serão extremamente úteis, pelo menos até ao final da semana natalícia onde serão esquecidos pela casa.

No fim, tempo de contar "espingardas" e medalhas: 4 dias de procura, dispensa cheia, alguns cortes e noites mal dormidas com dores, o facto de ninguém saber do avô e o suspeitar que perderam o miúdo nuns bancos perto da Berskha ... o Natal está salvo.

Se por acaso não acreditar naquilo que acabei de escrever, um desafio. Saia de casa e visite um shopping (ao calhas, porque o evento é em vários locais) e veja por si mesmo. Mas um aviso: saia da frente dos atletas, se não vai participar não atrapalhe.