"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."
(E.L. Doctorow
)

"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."
(Nathaniel Hawthorne
)

sábado, 26 de abril de 2014

The Rodri & Puskas Association

No dia 26 de Abril de 2013 um pequeno cão baptizado de Puskas chega a minha casa. Timidamente nos primeiros momentos vai vagueando pelos cantos até que encontra um menino com pouco mais de um ano (Rodrigo) que fica em êxtase com o seu novo companheiro. Um ano depois são a equipa que domina a minha casa.


Começaram a sua amizade de uma maneira ténue. Cada um tinha o seu espaço, mas no momento em que a criança adormecia no sofá após tamanhas aventuras o pequeno canídeo fazia questão de descansar ao seu lado, sendo o seu segurança ao longo dos sonhos do pequeno petiz.
À medida que o tempo avançava lá se iniciaram as partilhas. Desde brinquedos (onde os que um não queira eram facilmente destruídos pelo outro) a comida (depois do almoço o bebé de uma maneira solidária deixava o cão lamber o que restasse no prato), o Rodri e o Puskas lá se iam entendendo de um modo onde as palavras saem fracas para explicar tamanha cumplicidade entre um bebé e um cão de caça. 


O Rodrigo começa a andar com mais fluidez e é ai que começa mais uma jornada de aventuras que também é vivida por este que vos escreve: o futebol no hall de entrada. Cada um persegue a sua bola (de vez em quando alternando dependendo de quem chega primeiro ao lance) e pode passar uma hora que a vontade de correr atrás um do outro mantinha-se. 

Apesar dos momentos em que o instinto de um entra em choque com a inocência do outro, raras são as vezes em que um não procura o outro dentro de casa. A palavra "Pu" é dita com toda a alegria pelo Rodrigo seja de manhã quando se cruzam pela primeira vez, seja para felicitar o cão após mais um passeio ou até mesmo para o alertar que está a fazer muito barulho. O Rodri até chega a avisar-nos quando o seu fiel amigo não tem água ou biscoitos na sua tigela. Por outro lado o Puskas recusa-se a sair da frente da porta do quarto dos meus pais quando o seu companheiro dorme profundamente na cama e sempre que procura brincar com o seu peluche deixa-o perto do seu amigo, para que ele o atire para mais uma corrida.

Uma amizade onde um não se cansa do outro e que tem as suas particularidades. O Rodri faz questão de se despedir de todos antes de ir embora e nunca esquece o abanar de mão (um adeus) para o Puskas que só o irá ver no dia seguinte; o Puskas não se detém de lamber as mãos do seu amigo quando ele adormece perto dele ... para depois seguir o exemplo e dormir a seu lado. Mas aquela que acho mais curiosa (e aquela que me afecta directamente) é o planeamento fortuito e sempre eficiente que têm em acordarem-me. O trabalho de equipa é soberbo entre o chamar pelo "Ni" e as lambidelas na cara pelo Puskas.

A cumplicidade que transparecem desde o início demonstra bem que um animal pode ser mesmo o complemento que uma criança pode ter para desenvolver o seu crescimento.

Uma associação que espero que dure muitos anos na minha vida porque ainda têm muito para viver e muitas aventuras para partilhar.

0 comentários:

Enviar um comentário