O ex-primeiro-ministro José Sócrates foi detido, esta sexta-feira, no âmbito de um processo em que se investigam crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção.
Tudo neste processo de detenção tem o seu "quê" de poesia e achincalhamento.
A poesia começa com o facto de Sócrates ter sido detido quando chegou ao Aeroporto vindo de Paris ... apanhou a sua mala e viu-se convidado a acompanhar os senhores agentes. Nada de perseguições, nada de complicações: É só esperar que o avião aterre. O achincalhamento tem o seu dealbar no veículo onde Sócrates sai com a polícia, uma carrinha Opel Corsa. Isto realmente é não respeito por um homem que deu tantas coisas ao país como o Caso Freeport ou o computador Magalhães ... Podia ser um BMW ou um Mercedes, mas Sócrates lá teve de se contentar com um Opel. Um escândalo claramente.
A Justiça portuguesa está a investigar, entre outras coisas a compra, por três milhões de euros, da casa em que José Sócrates viveu em Paris. O mesmo defendeu-se anteriormente dizendo que pediu um empréstimo ao banco enquanto esteve em Paris a estudar Filosofia.
Neste caso até entendo Sócrates, se é para estudar Filosofia (ainda para mais num país estrangeiro) há-que ter a sua comodidade, não se pode estar num T4 qualquer sem vista para a zona principal da cidade ... e também deve ter sido a pensar nisso que Sócrates amealhou 20 milhões de Euros numa conta na Suiça ... Um homem precavido, menos à saída dos aeroporto pelos vistos.
No entanto esta detenção do "Mr. Magalhães" abre um precedente perigoso para o nosso país e que nos afecta a todos. Senão vejamos: O Governo corta, tira, faz passar mal as pessoas com impostos excessivos. Todo este processo faz muitos de nós pensar em entrar por vias ilícitas, esquemas fora da lei para poder sobreviver ... e agora decidem prender quem faz desses esquemas? Assim não há condições ....
Em jeito de conclusão estou muito curioso para saber se José Sócrates vai fazer o seu habitual espaço de comentário por Skype e que palavras vai dirigir ao tal senhor que foi preso nesta noite de sexta-feira.
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"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."(E.L. Doctorow)
"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."(Nathaniel Hawthorne)
sábado, 22 de novembro de 2014
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
Perde o juízo e vem
A pior parte de se ser sincero é que, mais tarde, não nos restarão palavras
para saborear. É uma contradição, me parece. Quando se diz tudo, fica-se com
nada. Esse nada é triste. É vazio. Por te ter dito tudo e ter posto as cartas
na mesa, agora encontro-me nua, sem mais nada a dizer, sem palavras para
guardar. Perdi o que tinha. E eu tinha um manto delas apenas para ti.
Olho-te e sinto-me capaz de buscar o melhor que há em ti. De te trazer
para as luzes da ribalta e mostrar ao mundo o outro eu que tens escondido nas
tuas entranhas. Olho-te e sinto que consegues trazer o pior que há em mim. E
sinto que, se assim fosse, saímos os dois a ganhar. A vida é efémera. Tão efémera
que essa tua arrogância desmedida passa-me ao lado, sem o mínimo esforço da
minha parte para que tal aconteça. Sempre quis ver mais longe. Talvez seja isso
o que está aqui em causa. Testar a tua reacção. Ler um pouco mais de ti. Quando
algo me é dado de bandeja e de uma só vez eu perco a vontade de aceitar. Não
posso considerar meu algo que não fui eu quem encontrou ou descobriu. E ainda
tenho tanto por (te) descobrir... Pouco me importa as rotas que cruzamos até
pisarmos este chão. Em vez disso, foco-me naquela que sempre foi a minha
prioridade: o que cada um de nós procura. E eu penso que procuramos o mesmo. Se,
para isso, trarei ao de cima o melhor que há em ti e descobrirei, por teu
próprio mérito, o pior que há em mim, que assim seja. Depois logo se vê o que o
destino tem guardado para nós. Se é que tem alguma coisa. A vida é efémera. Tão
efémera que fazer planos é o mais puro desperdício de tempo.
Por isso, vem. Perde o juízo e vem. Vem fazer algo pela tua vida e sai
dessa sina rotineira em que te enfiaste. Vem saborear o factor surpresa a cada
nascer do sol e nunca regressar a casa pelo mesmo caminho. Porque essa vida
livre que dizes viver é apenas uma mentira na qual fazes sempre mais do mesmo.
Sem nunca fazer nada diferente.
domingo, 9 de novembro de 2014
Tentações
Não foi o fim, porque o que temos nunca se vai perder.
Tivemos os nossos momentos e a tentação de querer algo mais pode ter traido todas as minhas acções. Fiz-me de forte, convicto e segui em frente à procura daquilo que o meu coração me pedia insanamente.
Não me arrependo. Segui o sentimento e queria a melhor pessoa ao meu lado: tu. Aprendi ao longo dos meus (ainda que poucos) anos que devemos aproveitar todos os momentos, controlando assim aquele receio que nos acompanha e que nos faz pensar se fizemos mesmo tudo o que queriamos. Contigo tudo foi diferente. Viste a minha realidade, entendeste-a, viveste-a e claro fazes parte dela. Já conheces o fascínio que tenho por ti e pelo que representas.
Todos nós vivemos de tentações. Por muito que as possamos analisar com conta, peso e medida, deixamo-nos levar por elas quando o instinto toma conta daquilo que apelidamos de "consciência". Tento não ser traído por elas mas não nego que as tenha. Algumas envolviam-te, faziam parte do meu imaginário e queria torna-las realidade. Acreditava em algo mais, que podia ser "aquele" que pudessse completar alguma parte da tua vida que podesses ter em carência. Achei-me a pessoa certa, no momento certo. Ainda assim, tentanto controlar aqueles instintos que por vezes nos traem, usei as palavras e não os actos (talvez por ser mais hábil com elas) e não deixei passar uma das hipóteses que tive perante a tua presença.
No entanto, ponderada que sempre, forte cordial para comigo e explicaste o que sentias. Arrefeceste o meu ímpeto como se calhar era necessário. Podia estar a viver algo que não existia. No fundo agradeço-te a honestidade, puseste o meu coração no sítio.
Continuaremos como estamos, amigos como foi no dealbar desta nossa convivência. O futuro decerto trará mais momentos engraçados e com histórias em simultâneo, algo que acredito que vês como algo positivo.
Eu nao te perdi, tu nao me fugiste. Apenas nao era o momento.
Tivemos os nossos momentos e a tentação de querer algo mais pode ter traido todas as minhas acções. Fiz-me de forte, convicto e segui em frente à procura daquilo que o meu coração me pedia insanamente.
Não me arrependo. Segui o sentimento e queria a melhor pessoa ao meu lado: tu. Aprendi ao longo dos meus (ainda que poucos) anos que devemos aproveitar todos os momentos, controlando assim aquele receio que nos acompanha e que nos faz pensar se fizemos mesmo tudo o que queriamos. Contigo tudo foi diferente. Viste a minha realidade, entendeste-a, viveste-a e claro fazes parte dela. Já conheces o fascínio que tenho por ti e pelo que representas.
Todos nós vivemos de tentações. Por muito que as possamos analisar com conta, peso e medida, deixamo-nos levar por elas quando o instinto toma conta daquilo que apelidamos de "consciência". Tento não ser traído por elas mas não nego que as tenha. Algumas envolviam-te, faziam parte do meu imaginário e queria torna-las realidade. Acreditava em algo mais, que podia ser "aquele" que pudessse completar alguma parte da tua vida que podesses ter em carência. Achei-me a pessoa certa, no momento certo. Ainda assim, tentanto controlar aqueles instintos que por vezes nos traem, usei as palavras e não os actos (talvez por ser mais hábil com elas) e não deixei passar uma das hipóteses que tive perante a tua presença.
No entanto, ponderada que sempre, forte cordial para comigo e explicaste o que sentias. Arrefeceste o meu ímpeto como se calhar era necessário. Podia estar a viver algo que não existia. No fundo agradeço-te a honestidade, puseste o meu coração no sítio.
Continuaremos como estamos, amigos como foi no dealbar desta nossa convivência. O futuro decerto trará mais momentos engraçados e com histórias em simultâneo, algo que acredito que vês como algo positivo.
Eu nao te perdi, tu nao me fugiste. Apenas nao era o momento.
sábado, 8 de novembro de 2014
Legionella
Tudo o que importa saber sobre a sucessora do Ébola
Eis que aprendemos uma nova palavra em Portugal: Legionella.
Apesar de parecer como um tipo de massa italiana que se confecciona em qualquer casa com uma Bimby isto da Legionella é grave e é coisa para chatear um bocado. De seguida vou comentar depoimentos de Francisco George e ainda rever os sintomas deste novo flagelo para a nossa saúde.
"O diretor-geral da Saúde, Francisco George, aconselhou as pessoas a não tomar duches nem utilizar hidromassagens ou jacuzzis até que seja identificada a fonte da infeção por legionella, mas garantiu que é seguro consumir água da rede pública."
- Isto sim é pensar em grande. Em tempos de crise isto é mais uma medida para o crescimento. Então agora iamos gastar água a tomar banho sujeitos a ficar doentes? Claro que não. Sujinhos mas dignos como um bom português. E isto é medida que ataca todos porque até quem é rico não tem direito a jacuzzis e a hidromassagens ... que bela medida que a Legionella trouxe. Mas nem tudo é mau. Tomar banho, ok é chato e é capaz de dar doenças, mas agora beber a água isso é sem problema. O organismo decerto aguenta.
(Ideia para negócio: Comercializar água com Legionella com o slogan "Perfeita para beber, só")
"Francisco George disse que é preferível optar por banho sem duche e que deve ser evitada a «grande pressão» das torneiras. Por outro lado, «a cabeça do duche pode ser submersa numa solução de água com lixívia, desde que tenha o odor próprio da lixívia», referiu."
- Ah esperem, afinal dá para tomar banho, só não pode ser é à maluca! Não há cá duches a levar com a água das torneiras como um lorde. Tomar banho sim, mas com lixívia também para ficar limpinho como deve ser ... Agora sim, sinto-me esclarecido. Tomar banho torna-se agora toda uma nova experiência.
Sintomas:
- Febre alta
- Dores de cabeça
- Dores musculares
- Tosse seca
- Dificuldade respiratória
- Vómitos e diarreia
- Delírio
Ou seja, sofrer de Legionella ou ser adepto de um grande após um clássico onde a sua equipa perdeu com um erro do árbitro é igual.
Isto é algo que está a preocupar Portugal, mas que de momento só ataca em Vila Franca de Xira. E o que é que há em Vila Franca de Xira? Não sei, aliás ninguém sabe o que há lá e nem se lembraria do sítio se não fosse a Legionella (ponto a favor para o turismo se calhar).
Uma última palavra para o Ébola. Foi algo bonito o que vivemos mas, como com todas as outras doenças que enchiam telejornais como a Gripe das Aves, temos de pôr um termo à nossa relação. Já não metes medo nem atormentas tanto como a Legionella nos consegue fazer e é melhor seguirmos caminhos diferentes, nós a preocuparmo-nos com os banhos e tu a atormentar terras africanas, é pelo melhor acredita. Não te preocupes, nunca te vamos esquecer.
Eis que aprendemos uma nova palavra em Portugal: Legionella.
Apesar de parecer como um tipo de massa italiana que se confecciona em qualquer casa com uma Bimby isto da Legionella é grave e é coisa para chatear um bocado. De seguida vou comentar depoimentos de Francisco George e ainda rever os sintomas deste novo flagelo para a nossa saúde.
"O diretor-geral da Saúde, Francisco George, aconselhou as pessoas a não tomar duches nem utilizar hidromassagens ou jacuzzis até que seja identificada a fonte da infeção por legionella, mas garantiu que é seguro consumir água da rede pública."
- Isto sim é pensar em grande. Em tempos de crise isto é mais uma medida para o crescimento. Então agora iamos gastar água a tomar banho sujeitos a ficar doentes? Claro que não. Sujinhos mas dignos como um bom português. E isto é medida que ataca todos porque até quem é rico não tem direito a jacuzzis e a hidromassagens ... que bela medida que a Legionella trouxe. Mas nem tudo é mau. Tomar banho, ok é chato e é capaz de dar doenças, mas agora beber a água isso é sem problema. O organismo decerto aguenta.
(Ideia para negócio: Comercializar água com Legionella com o slogan "Perfeita para beber, só")
"Francisco George disse que é preferível optar por banho sem duche e que deve ser evitada a «grande pressão» das torneiras. Por outro lado, «a cabeça do duche pode ser submersa numa solução de água com lixívia, desde que tenha o odor próprio da lixívia», referiu."
- Ah esperem, afinal dá para tomar banho, só não pode ser é à maluca! Não há cá duches a levar com a água das torneiras como um lorde. Tomar banho sim, mas com lixívia também para ficar limpinho como deve ser ... Agora sim, sinto-me esclarecido. Tomar banho torna-se agora toda uma nova experiência.
Sintomas:
- Febre alta
- Dores de cabeça
- Dores musculares
- Tosse seca
- Dificuldade respiratória
- Vómitos e diarreia
- Delírio
Ou seja, sofrer de Legionella ou ser adepto de um grande após um clássico onde a sua equipa perdeu com um erro do árbitro é igual.
Isto é algo que está a preocupar Portugal, mas que de momento só ataca em Vila Franca de Xira. E o que é que há em Vila Franca de Xira? Não sei, aliás ninguém sabe o que há lá e nem se lembraria do sítio se não fosse a Legionella (ponto a favor para o turismo se calhar).
Uma última palavra para o Ébola. Foi algo bonito o que vivemos mas, como com todas as outras doenças que enchiam telejornais como a Gripe das Aves, temos de pôr um termo à nossa relação. Já não metes medo nem atormentas tanto como a Legionella nos consegue fazer e é melhor seguirmos caminhos diferentes, nós a preocuparmo-nos com os banhos e tu a atormentar terras africanas, é pelo melhor acredita. Não te preocupes, nunca te vamos esquecer.
Existe mesmo "liberdade de expressão" no Mundo actual?
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