Eis que chegou o dia em que o povo grego teve a palavra. Depois de dias conturbados e cheios de dúvidas, suspense e a privação de poder ter a liberdade de ter o seu próprio dinheiro os gregos deram um redondo "não" ao que a Europa quis que a Grécia se sujeitasse.
Há uns tempos atrás escrevi que o Syriza era como David contra Golias. Pois bem, um povo sem nada a perder usou o seu poder para ser a fisga e a pedra que atingiu o gigante. Fartou-se de acordos adiados, de pressões constantes e de sufocos económicos.
Todos falaram da Grécia, inclusive nós e os mercados, esperando que o "bom senso" imperasse na decisão, mas como em tudo na vida, o bom senso depende de quem o sente.
E agora? Pois bem é tempo de voltar às negociações com Tsipras a poder dizer "o povo grego falou". É a altura para perceber se se abre um precedente e se abre a porta de saída da Grécia ou se a mão se estende para um acordo salvando a Zona Euro.
Apesar de muita coisa negativa que isto acarreta, não podemos deixar de louvar a coragem de um povo perante a adversidade. É certo que parece um lavar de mãos como Pilates recusando-se a pagar a dívida, mas pergunto: então e Portugal, que está a ser um bom menino, não tem vantagens? Decerto não é preciso relembrar que nos estamos a seguir na lista.
Amanhã é mais um dia do resto da vida da Grécia, mas hoje acredito que lhes sabe a momento vitorioso.
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