Dizem que a palavra é uma arma que por vezes o ser humano não sabe usar. Nada está mais correcto, mas é nela que reside o poder de nos podermos resignar, amar ou até fazer troça de algo, e isso é fundamental para todos nós. Eu acredito que ao escrever de maneira satírica, mostro um mundo em que por vezes o que falta mesmo é o riso ou a alegria. A vocês me apresento não como um cronista, mas sim como um ‘entertainer’ ao serviço da escrita.
Como primeira crónica neste espaço de opinião falo de um homem que se não existisse conheceríamos Itália apenas como sendo um país que parece uma bota. O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, perdeu a paciência com o ‘caso Ruby’, em que é acusado de ter pago por sexo com uma menor marroquina, e telefonou para um programa televisivo manifestando, aos gritos, o seu desagrado.
Aqui está o que o distingue, por exemplo, de José Sócrates. O ‘mister’ Magalhães só aparece para inaugurar edifícios ou dar apoio a candidatos (que o diga Manuel Alegre). Berlusconi, um expert no que toca a ‘meninas da vida’, modelos e actrizes pornográficas diz o que tem a dizer logo na hora como uma peixeira do Bolhão (ou se calhar com mais ênfase ainda). É impossível existir uma polémica italiana em que o nome de Berlusconi não apareça… e se não aparecer, ele faz questão que se ponha lá e depressa.
"Estou a ver um programa desagradável, com um apresentador desprezível, infame, repugnante", acusou Berlusconi e nem sequer estava a ver as Tardes da Júlia.
Para finalizar apenas dizer que até simpatizo com Berlusconi. Com o número elevado de mulheres com quem já esteve, deve ser complicado arranjar alguma italiana disponível portanto tem que mandar vir ‘de fora’.
1 comentários:
Muito boa peça daniel... sempre a humorizar as situações, mas criticando-as no fundo.
Sabendo do teu valor, vou acompanhando este blog mas mais particularmente as tuas cronicas.
Boa sorte e um abraço
Hugo Lopes
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