"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."
(E.L. Doctorow
)

"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."
(Nathaniel Hawthorne
)

domingo, 18 de setembro de 2011

Stôr, deixe lá, tenta pró ano…

Retirar um mau professor da sala de aula vai demorar mais tempo. O dobro do tempo, para sermos exactos. Uma das diferenças entre este e o próximo modelo de avaliação é a benesse que se dá a um docente avaliado com insuficiente, que vai poder permanecer mais tempo a ensinar.” By: jornal ‘I’

É para vocês terem uma noção como Portugal é evoluído. Agora quando se entra numa sala de aula não é só o aluno que está na calha de reprovar e ser enxovalhado no ano seguinte … para estarmos na vanguarda pomos os professores (maus) a fazer o mesmo, porque assim é que é justo … se é para ser mau no que se faz, há que repetir para se ter a certeza!

Sinceramente com todo este corrupio no que toca a cortes, impostos e medidas que a Troika se lembra que o nosso país precisa, esta notícia já não me choca … se durante anos milhares de alunos passaram de ano sem perceber peta do que se falava nas aulas, reprovar um professor que não sabe o que faz parece-me que no nosso mundo é algo louvável … se ao menos houvesse uma maneira de contrabalançar as situações que referi, quase que aposto que o nosso ensino ia para a frente, mas acho que já estou a pedir demais …

“... um docente dos quadros que obtenha a nota mais baixa em duas avaliações consecutivas ou três intercaladas fica sujeito a um processo de averiguações instaurado no seu agrupamento ou escola, esperando o seu desfecho para saber qual a sentença.”

Sentença? Mas vamos enforcar alguém? ”Desculpe lá caro colega mas como Presidente da Escola não posso permitir que o senhor não saiba qual é o pretérito imperfeito do verbo ‘ir’, não se mexa que isto acaba depressa, tente não respirar por favor”. Parece que estou a ver o professor Américo ao encontrar a sua turma do ano transacto e ouvir bocas do género “então stôr, já sabe quem foi o 4º Rei de Portugal? Olhe que não vale ir ao livro senão chibo-me”, ou até “então professor? Que olheiras são essas? Pois vai pa night em vez de estudar o que tem de nos ensinar…”.

Não levem esta crónica como um descrédito no que toca aos professores, mas sim como um aviso do que pode vir a trazer às gerações vindouras de alunos no nosso país.

3 comentários:

VeraTeixeira. disse...

Gostei!
E tens razão. Temos um país bastante desenvolvido no que toca ao ensino, como pudeste concluir!
Gostei do 5º paragrafo. Muito bem pensado!

Bom post!

nidia disse...

muito bem pensado!

Anónimo disse...

Para alguns professores que tem passado pela minha vida escolar, enforcá-los era pouco...

E de mais a mais, desafio-te a achares professores, tirando o Germano, que saiba quem foi o 4º rei de Portugal :p

Ania

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