"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."
(E.L. Doctorow
)

"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."
(Nathaniel Hawthorne
)

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Machete, a cara da impunidade

Rui Machete pediu desculpa a Angola (apesar de nada do que o documento onde se baseou apontasse quaisquer nomes daquele país), mentiu ao Parlamento, mais propriamente à Comissão Parlamentar, faz parte de uma evasão fiscal e com a sua atitude mostra a suspensão da separação de poderes em Portugal.

O que é que Passos Coelho tem a dizer sobre isto? "Não há nada de grave no comportamento de Rui Machete". 
Ah, está bem ... e então demiti-lo? "Não há, na crítica que lhe foi dirigida nada de grave que me levasse a aceitar uma circunstância destas”.

Caros amigos, isto é Portugal. O local onde se está sem rei nem roque e onde tudo é passível de acontecer na alta estrutura governamental sem que seja alvo de punição.
O que Rui Machete fez foi gravíssimo para o nosso país, pondo em causa uma coisa tão sagrada como deveria ser o Segredo de Justiça. Este homem cometeu um crime ocultando informações à Comissão Parlamentar e ainda é ministro. O grau de impunidade é elevadissímo e não dá para entender.

E como é que o senhor se considera? Alvo de um "ataque político" à sua pessoa e que apenas cometeu perante a CP uma "incorreção factual" ... meu amigo, incorrecção factual fazia eu nos testes de História, o que fez foi mesmo mentir com aquela cara de quem veio fazer um favor à Nação ao aceitar ser ministro.
Ser demitido (ou até apresentar a demissão) seria o passo a seguir após tamanha trapalhada, mas eis que veio Passos Coelho avisar que esse cenário não é possível (não vão os credores ficar chateados ...).

E isto não pára por aqui. O número dois Paulo Portas e o "number one" Pedro Passos Coelho tiveram num prazo de 3 dias a maior demonstração de incoerência política.
O primeiro apareceu ao lado de Maria Luís Albuquerque (ajudado sempre pelo brilhante sorriso e pomposidade) quase garantindo que não só estavamos livres de um segundo resgate, como o nosso país não seria alvo de mais auteridade ... No programa "o país pergunta" da RTP Passos Coelho, avisa para um "choque de expectativas" que podemos vir a ter após a apresentação do Orçamento de Estado ... palavras para quê?


A saber:
- Temos ministros que violam o Segredo de Justiça, ficam impunes de qualquer sanção e ainda se mantêm no cargo;

- A dupla que governa o nosso país parece andar a jogar ao jogo da corda, puxando o país de um lado para o outro, provando a sua incompetência para liderar Portugal;

Se calhar um slogan a promover Portugal até acabava bem esta crónica ... Mas se calhar o Tribunal Constituicional não acharia muita graça.

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