O novo responsável pelas finanças gregas está na primeira linha das notícias pelo seu currículo e pelas suas propostas alternativas à austeridade da Troika, debatendo-se aguerridamente para defender a Grécia de mais abusos. Mas não só pelos vistos. A Grécia já não tem só um ministro de economia, ganhou um sex-symbol. Atenção mediática digna de 007.
Sim, o homem agora já não é só umas das caras fortes do Syriza, é também um sócio que se parece com Bruce Willis e que é louvado por ter um estilo "street" e descontraído ... porque, segundo dizem, não quer ser "one of the boys". Pobre mas sexy segundo os jornais.
“É a primeira vez que vejo um sex symbol na pasta das finanças”, disse Aurélio Gomes, no programa Eixo do Mal. Isabel Moreira, deputada socialista, que escreveu no seu Facebook: “O ministro das finanças grego é sexy, porra”.
Política e economia? O que é que isso interessa? Desde que o homem espalhe charme as coisas resolvem-se ... Se o objectivo da Grécia passar por seduzir Merkel segundo muitas mulheres os helénicos têm o homem certo para o papel. "My name is fakis, Varoufakis". Yep, está mesmo lá.
A Alemanha e a Grécia chegaram a acordo sobre declaração conjunta, faltando o Eurogrupo validar. Vitória dos gregos, ou devo dizer "nice work Mr. Bond?".
Em jeito de rodapé a última vez que fizemos este tipo de adoçamento a um político demos-lhe um prémio "Sexy Platina" e agora está em Évora. A vida traz-nos destas piadas giras. Fico a espera para saber se Passos Coelho e António Costa (para ganhar votos) começam a aparecer de jeans, sem gravata e a piscar o olho para os jornalistas.
Varoufakis: Professor, cérebro económico, uma das caras do Syriza e agora é o mais recente desejo de muitas mulheres para a capa da Men's Health.
A política atingiu o seu auge.
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Para outros (dos quais eu me considero parte…) essa razão não precisa de existir, o conforto é bom, a aventura melhor. É verdade que eu também um dia quero estabilidade e tranquilidade, mas, antes disso quero conhecer, conhecer novos lugares, novas pessoas, conhecer-me a mim mesmo.
Cada um é livre de escolher o caminho a tomar, eu pessoalmente, escolhi o segundo, não me arrependo e recomendo, por isso mesmo escrevo agora esta crónica sentado à umas quantas milhas da terra já a pensar nas próximas aventuras.
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"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."(E.L. Doctorow)
"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."(Nathaniel Hawthorne)
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
Obrigado Jon
Sei que a notícia não é "fresca", mas como um fã do "Daily Show" que sou ainda me custa a acreditar que Jon Stewart irá abandonar o programa.
Sim, ele já tinha avisado que isto podia acontecer, mas ninguém queria que fosse verdade ... mas eis a confirmação. Praticamente 16 anos depois ele vai deixar a cadeira onde confrontou personalidades fortes, fez rir altos chefes de estado, entrevistou monstruosidades humanas (muitas com histórias de vida incríveis) e divertiu-nos em todos esses processos.
Jon Stewart liderava um noticiário daqueles que adoraríamos que fosse verdade em todos os canais. Notícias bem temperadas com humor, com a dose certa para que pudéssemos saborear o quanto ridículo algumas conseguem ser. Fez isso durante anos a fio, sem nunca nos aborrecer.
Falou de tudo, entre tragédias e ideais passando por eleições que paravam o país. Tudo era alvo de sátira, como era apanágio no programa.
Tenho pena que no nosso país não haja um formato deste género. Sim, eu sei que noutro momento houve um certo grupo de felinos mal cheirosos que criou algo do género nas eleições, mas isso foi sol de pouca dura. Faltam claramente programas de humor no nosso país. Quem sabe um dia não tenhamos o privilégio de ter um "Daily Show" sem que seja cortado por falar de quem não deve ...
Como em todas as despedidas nunca queremos falar do que vem a seguir, neste caso na sucessão de Jon Stewart. O nome não é importante, seja homem ou mulher, desde que saiba continuar o legado deste homem de 52 anos, que começou a carreira como humorista de stand-up em bares e agora é vencedor de 18 prémios Emmy.
Agora segundo ele é tempo de estar com a família, mas quem sabe se "Rosewater" não foi o primeiro de mais filmes que Jon Stewart vai dirigir, vendo-o assim noutros palcos.
Obrigado Jon por me teres ensinado a gostar de ver um noticiário que mesmo sem mentir me deixava com um sorriso nos lábios. Obrigado por teres juntado a arte do humor com a realidade que temos.
Sim, ele já tinha avisado que isto podia acontecer, mas ninguém queria que fosse verdade ... mas eis a confirmação. Praticamente 16 anos depois ele vai deixar a cadeira onde confrontou personalidades fortes, fez rir altos chefes de estado, entrevistou monstruosidades humanas (muitas com histórias de vida incríveis) e divertiu-nos em todos esses processos.
Jon Stewart liderava um noticiário daqueles que adoraríamos que fosse verdade em todos os canais. Notícias bem temperadas com humor, com a dose certa para que pudéssemos saborear o quanto ridículo algumas conseguem ser. Fez isso durante anos a fio, sem nunca nos aborrecer.
Falou de tudo, entre tragédias e ideais passando por eleições que paravam o país. Tudo era alvo de sátira, como era apanágio no programa.
Tenho pena que no nosso país não haja um formato deste género. Sim, eu sei que noutro momento houve um certo grupo de felinos mal cheirosos que criou algo do género nas eleições, mas isso foi sol de pouca dura. Faltam claramente programas de humor no nosso país. Quem sabe um dia não tenhamos o privilégio de ter um "Daily Show" sem que seja cortado por falar de quem não deve ...
Como em todas as despedidas nunca queremos falar do que vem a seguir, neste caso na sucessão de Jon Stewart. O nome não é importante, seja homem ou mulher, desde que saiba continuar o legado deste homem de 52 anos, que começou a carreira como humorista de stand-up em bares e agora é vencedor de 18 prémios Emmy.
Agora segundo ele é tempo de estar com a família, mas quem sabe se "Rosewater" não foi o primeiro de mais filmes que Jon Stewart vai dirigir, vendo-o assim noutros palcos.
Obrigado Jon por me teres ensinado a gostar de ver um noticiário que mesmo sem mentir me deixava com um sorriso nos lábios. Obrigado por teres juntado a arte do humor com a realidade que temos.
domingo, 15 de fevereiro de 2015
Políticos de profissão
A Política em Portugal apresenta, nos seus tempos mais modernos,
uma peculiaridade face a outros países, por exemplo da Europa, que representa um
fator determinante para o estado em que se encontra o país. Os políticos
portugueses são formados em tudo, menos em Política. Ora são engenheiros,
arquitetos, advogados ou doutores, mas a sua formação em Política? Nem vê-la!
Desenvolver capacidades como a retórica, a interpretação dos mais
diversos problemas sociais, etc.., parecem-me questões preponderantes para quem
considera chegar ao poder e fazê-lo com a devida competência e eficiência. Pensar no
impacto das Relações Internacionais e revisitar as experiências da História e
das teorias políticas mais antigas são qualidades, de igual modo, prioritárias
para quem nos vai governar. Essa ideia de que um bom político é aquele
indivíduo popular lembra-me o tempo em que nos queríamos livrar das
políticas e ideias de Salazar e repetimos o erro de acreditar que um salvador
da pátria (neste caso, Humberto Delgado) nos viria trazer a boa nova e com ela
a boa vida; pois, desde o desaparecimento prematuro de D.Sebastião, o povo
acredita que um ser com capacidades extraordinárias nos virá tirar das
infortunas e conjunturas económicas de mau-carácter em que vivemos mergulhados,
criando até, de antemão, uma certa simpatia e afeição por tal ser iluminado sem
rosto conhecido. Pena que já lá vão séculos de distância. No entanto, mais do
que nunca, os tempos de hoje exigem que o eleitorado comece a tomar as suas
decisões com base na formação do indivíduo (pressupondo que esta lhe confere
qualidades governativas que poderão beneficiar o país, e não tanto baseando-se
em aparições mais ou menos escandalosas em público ou nos detalhes da sua vida
pessoal). Mais do que nunca, o político deve ser o exemplo maior de formação
profissional do país (pois se é para discutir assuntos do interesse público,
então que saiba do que está a falar...). Não há que ter medo da
profissionalização da Política, desde que esta tenha todas as cartas em cima da
mesa e não haja nenhum truque na manga.
Permitam-me que vos dê o exemplo do tão contestado Vítor Gaspar
que, como sabemos, acabou por abandonar as suas funções antes do tempo. Que o Sr.
tenha sido um génio do seu tempo e que ocupara cargos privilegiados, cobiçados
por muitos, por mérito próprio, não temos dúvida. Mas a partir do momento em que
um economista quer trabalhar diretamente com a classe política, ele próprio
deve adquirir formação para tal. Por muito excelentes que as suas fórmulas
fossem e por muito bem que resultassem no papel, Gaspar esqueceu-se que na
prática as pessoas adoecem, engravidam, falecem, e que por isso a capacidade de ajustar as suas resoluções no imediato, de forma a dar resposta aos problemas/necessidades da
população, deve ser algo quase inato num político. Talvez assim se percebam as
falhas destes últimos anos.
Talvez por ser estudante de Ciência Política, eu acredito na
formação desta classe profissional e na profissionalização desta área, que é uma
ciência como tantas outras. Talvez, digo eu.
Rute Rita Maia
domingo, 8 de fevereiro de 2015
Solene e eterno adeus
A nossa vida é feita de despedidas, é inevitável.
Há momentos em que temos de dizer um "adeus" que pode ser singelo e simples, mas também apertado quando nos apela ao coração.
Nunca é fácil dizer essa palavra tão madrasta, por vezes é mesmo um enigma poder torna-la numa mensagem positiva. Sabemos que por vezes essa despedida é necessária para que a vida continue por melhores trilhos, que seja o início de mais felicidade na vida, mas não deixa de doer. São momentos, recordações, risos e brincadeiras que não se vão perder mas que ficam interrompidas. Rapidamente tentamos que esse adeus seja um "até já" com a promessa que esse vazio se vai preencher ainda antes de sentirmos a mágoa. Nestes momentos é preciso não ficar triste porque terminou, mas sim olhar em frente e esboçar um sorriso porque aconteceu. Que a sorte acompanhe esse adeus, já que nós não o podemos fazer.
Não conseguimos controlar: o tempo leva aqueles que mais gostamos. Por dentro serão imortais por aquilo que foram e serão para nós, pelo valor daquilo que nos ensinaram, pela importância e relevo que a sua companhia nos trouxe. São imortais porque jamais nos abandonarão, são imortais porque serão sempre nossos, nas nossas memórias. Questionamos constantemente o porquê de termos de nos despedir de alguém que nos tocou tanto. Merecemos mesmo este sofrimento? Onde está a justiça? Tudo respostas a que aquele "adeus" não responde nem cura ... Mas mesmo com aquela palavra como um fardo é o momento para reunir o que de melhor temos e, com o tempo como fiel companheiro, fazer com que essa palavra se transforme numa homenagem criada por nós próprios.
Não há distância que possa quebrar o sentimento e não será um "adeus" que vai cortar a ligação que existe desde sempre. A eternidade existe, porque fazemos parte dela.
Há momentos em que temos de dizer um "adeus" que pode ser singelo e simples, mas também apertado quando nos apela ao coração.
Nunca é fácil dizer essa palavra tão madrasta, por vezes é mesmo um enigma poder torna-la numa mensagem positiva. Sabemos que por vezes essa despedida é necessária para que a vida continue por melhores trilhos, que seja o início de mais felicidade na vida, mas não deixa de doer. São momentos, recordações, risos e brincadeiras que não se vão perder mas que ficam interrompidas. Rapidamente tentamos que esse adeus seja um "até já" com a promessa que esse vazio se vai preencher ainda antes de sentirmos a mágoa. Nestes momentos é preciso não ficar triste porque terminou, mas sim olhar em frente e esboçar um sorriso porque aconteceu. Que a sorte acompanhe esse adeus, já que nós não o podemos fazer.
Não conseguimos controlar: o tempo leva aqueles que mais gostamos. Por dentro serão imortais por aquilo que foram e serão para nós, pelo valor daquilo que nos ensinaram, pela importância e relevo que a sua companhia nos trouxe. São imortais porque jamais nos abandonarão, são imortais porque serão sempre nossos, nas nossas memórias. Questionamos constantemente o porquê de termos de nos despedir de alguém que nos tocou tanto. Merecemos mesmo este sofrimento? Onde está a justiça? Tudo respostas a que aquele "adeus" não responde nem cura ... Mas mesmo com aquela palavra como um fardo é o momento para reunir o que de melhor temos e, com o tempo como fiel companheiro, fazer com que essa palavra se transforme numa homenagem criada por nós próprios.
Não há distância que possa quebrar o sentimento e não será um "adeus" que vai cortar a ligação que existe desde sempre. A eternidade existe, porque fazemos parte dela.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
O mundo ao virar da esquina
Texto criado por Pedro Miguel Oliveira, cronista residente.
Longe vão os
tempos em que para atravessar o mundo era preciso dobrar Cabos Bojadores e
enfrentar Adamastores. A única descoberta ainda por fazer é a da nossa própria
personalidade, descobrir de que estofo somos feitos. Para alguns a construção
da chamada zona de conforto é o objectivo, conhecer os vizinhos, ir ao café de
sempre, ao supermercado aonde já tratamos a menina da caixa pelo nome, passar
férias naquele sítio onde já as passaram no ano anterior e no anterior a esse,
porque lá é bom, lá é conhecido, é seguro, não há razão para mudar.
Para outros (dos quais eu me considero parte…) essa razão não precisa de existir, o conforto é bom, a aventura melhor. É verdade que eu também um dia quero estabilidade e tranquilidade, mas, antes disso quero conhecer, conhecer novos lugares, novas pessoas, conhecer-me a mim mesmo.
Porquê contentarmo-nos com os
estereótipos que temos e não descobrir nós próprios de que são feitas as
culturas dos nossos vizinhos, que sim, hoje por vizinhos não se pode entender
só as pessoas que vivem na mesma rua ou no mesmo prédio. Seja qual for a nossa
paixão, partir à descoberta é uma aventura que vale a pena, seja para ver
paisagens, museus ou estádios de futebol. O único obstáculo: a nossa vontade! Se
ela existir, também existirá um caminho,
seja ele simplesmente sair de mochila às costas sem destino fixo, ou até, porque não,
em um trabalho de verão naquele destino que sempre quisemos visitar e
nunca tivemos possibilidade financeira para isso?
Cada um é livre de escolher o caminho a tomar, eu pessoalmente, escolhi o segundo, não me arrependo e recomendo, por isso mesmo escrevo agora esta crónica sentado à umas quantas milhas da terra já a pensar nas próximas aventuras.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
Pior Velhice
Sou velha e triste. Nunca o alvorecer
Dum riso são andou na minha boca!
Gritando que me acudam, em voz rouca,
Eu, náufraga da Vida, ando a morrer!
A Vida, que ao nascer, enfeita e touca
De alvas rosas a fronte da mulher,
Na minha fronte mística de louca
Martírios só poisou a emurchecer!
E dizem que sou nova ... A mocidade
Estará só, então, na nossa idade,
Ou está em nós e em nosso peito mora?!
Tenho a pior velhice, a que é mais triste,
Aquela onde nem sequer existe
Lembrança de ter sido nova ... outrora ...
Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"
Dum riso são andou na minha boca!
Gritando que me acudam, em voz rouca,
Eu, náufraga da Vida, ando a morrer!
A Vida, que ao nascer, enfeita e touca
De alvas rosas a fronte da mulher,
Na minha fronte mística de louca
Martírios só poisou a emurchecer!
E dizem que sou nova ... A mocidade
Estará só, então, na nossa idade,
Ou está em nós e em nosso peito mora?!
Tenho a pior velhice, a que é mais triste,
Aquela onde nem sequer existe
Lembrança de ter sido nova ... outrora ...
Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"
Existe mesmo "liberdade de expressão" no Mundo actual?
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