Texto criado por Pedro Miguel Oliveira, cronista residente.
Longe vão os
tempos em que para atravessar o mundo era preciso dobrar Cabos Bojadores e
enfrentar Adamastores. A única descoberta ainda por fazer é a da nossa própria
personalidade, descobrir de que estofo somos feitos. Para alguns a construção
da chamada zona de conforto é o objectivo, conhecer os vizinhos, ir ao café de
sempre, ao supermercado aonde já tratamos a menina da caixa pelo nome, passar
férias naquele sítio onde já as passaram no ano anterior e no anterior a esse,
porque lá é bom, lá é conhecido, é seguro, não há razão para mudar.
Para outros (dos quais eu me considero parte…) essa razão não precisa de existir, o conforto é bom, a aventura melhor. É verdade que eu também um dia quero estabilidade e tranquilidade, mas, antes disso quero conhecer, conhecer novos lugares, novas pessoas, conhecer-me a mim mesmo.
Porquê contentarmo-nos com os
estereótipos que temos e não descobrir nós próprios de que são feitas as
culturas dos nossos vizinhos, que sim, hoje por vizinhos não se pode entender
só as pessoas que vivem na mesma rua ou no mesmo prédio. Seja qual for a nossa
paixão, partir à descoberta é uma aventura que vale a pena, seja para ver
paisagens, museus ou estádios de futebol. O único obstáculo: a nossa vontade! Se
ela existir, também existirá um caminho,
seja ele simplesmente sair de mochila às costas sem destino fixo, ou até, porque não,
em um trabalho de verão naquele destino que sempre quisemos visitar e
nunca tivemos possibilidade financeira para isso?
Cada um é livre de escolher o caminho a tomar, eu pessoalmente, escolhi o segundo, não me arrependo e recomendo, por isso mesmo escrevo agora esta crónica sentado à umas quantas milhas da terra já a pensar nas próximas aventuras.
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