"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."
(E.L. Doctorow
)

"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."
(Nathaniel Hawthorne
)

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Cronica com tudo e mais alguma coisa

Com o inicio da “Silly Season” decidi fazer isto como uma espécie de coktail e falar de tudo um pouco, assim sente o sabor doce daquilo que acontece lá fora com o amargo do que se passa no nosso país … não me peçam é a receita.

Comecemos com o que se faz cá dentro.
- Pedro Passos Coelho já tem governo e sem perder muito tempo também já tomou posse numa cerimónia onde também esteve presente José Sócrates. Na sua lista estão os nomes de Vítor Gaspar, Álvaro Santos Pereira, Carlos Moedas e até mesmo Paulo Macedo. Quem são eles? Não faço a mais pequena ideia, mas como vamos gramar com eles teremos tempo para os conhecer bem …. Fernando Nobre por seu lado perdeu a possibilidade de ser presidente da Assembleia para Assunção Esteves. Uma coisa é certa para este senhor, ele não é lá muito bom a ganhar em coisas que têm de ir a votos.

- André Villas-Boas foi para o Chelsea após os londrinos terem batido a cláusula de 15 milhões de euros. Passou de estar na cadeira de sonho para a cadeira dos milhões … cada um com a sua conclusão, logo que não ganhe ao Porto tudo bem. Fiquem agora com a frase da semana: “O Benfica não esbanja dinheiro. Procura criar mais-valias e construir um plantel que permita lutar por todas as competições. Estamos a precaver não só a próxima época mas também o futuro" … apenas digo que o Benfica conta com 46 jogadores (12 deles reforços para esta época) e ainda esta a contratar. A não ser que haja 2 Benficas na nova época alguma coisa está mal …

Olhando lá para fora:
- Os alemães já discutem a reestruturação da dívida grega. O ministro das Finanças alemão iniciou negociações com bancos e seguradoras do país. O tema é a "participação voluntária" no segundo pacote de resgate à Grécia. Ainda bem que andam lá entretidos lá com os gregos, assim deixam-nos em paz um bocadinho. A Alemanha vê os países endividados quase como locais para passar férias: para não enjoarem de tentar “esganar” um país, passam para outro para não ser sempre a mesma monotonia… é como nós portugueses com o Algarve e o Gerês.

- Um rapaz de sete anos foi detido, no estado do Michigan, nos EUA, após conduzir um automóvel ao longo de mais de 30 quilómetros, a velocidades que atingiram os 80 quilómetros/hora, descalço e vestido de pijama. Confessou à polícia, a chorar, que tudo o que queria era ir ter com o pai. Quero apenas dizer a este miúdo que quero que ele seja o meu instrutor de condução. Mais, conseguiu fazer isto tudo sem ter listas telefónicas para chegar aos pedais, fantástico. O rapazola daqui a bocado assina um contrato com a Formula 1 ... ou é castigado pelos pais, o que vier primeiro.

Que tal? Foi ou não foi diferente? Parecia uma volta numa montanha russa mas sem os loopings e os enjoos … fico por aqui e desejo a todos um bom S. João.

O resultado não podia ser mais claro ...

Num mês onde os grandes nomes literários foram relembrados, deixamos que os nossos visitantes pudessem votar numa sondagem referente à importância que Luís Vaz de Camões e Fernando Pessoa tiveram na nossa literatura. Perante a pergunta: "Recentemente foram lembrados Camões e Fernando Pessoa ... A literatura seria igual sem eles?" os resultados foram:


Sim, temos outros grandes nomes - 0 votos
Não, são "intocáveis" - 7 votos (100 %)


Com isto, escusado será dizer que ambos foram fulcrais para que houvesse literatura portuguesa, sendo de certo modo os seus pais ... agora a mãe é que não podemos avançar porque ainda deve estar em tribunal.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Verdades sobre um ano a rebentar

Lembro-me do dia em que ouvi duas raparigas falarem da vida, daquela que está para chegar. Melhor, daquela em que tanto anseiam estar.

Falavam da vida universitária – mais não poderia ser.

Mas será que por aquelas cabeças, cheias de tudo excepto uma visão realista das coisas, passava a verdadeira ideia do que é ser um estudante universitário? Do quão duro é? Do quanto nos ocupa as vinte e quatro horas por dia, os sete dias por semana, os trinta dias do mês e os quase doze meses do ano?

Daquelas bocas ouviam-se os termos festas, festarolas, festões, festonas. Em tanto parlapier não ouvi uma única vez as expressões trabalho, empenho, dedicação ou até ambição. Na altura não liguei muito ao que diziam, mas agora, na recta final do ano, tenho a certeza que não podiam estar mais enganadas e que era deprimente a limitação delas no que toca à nossa vida como alunos do superior.

Que algum dia esta crónica vos chegue às mãos e vos abra as portas para a realidade – pura e crua, sem enfeites – e vos tire dessa amarga ignorância que vos impingiram, ou será que decidiram tomar algo que viam naqueles filmes rascas, bem ao estilo Morangos, e torná-lo na vossa própria fantasia? Mas quem sou eu para discutir os vossos gostos íntimos e as fantasias que deles advêm? Vou antes elucidar-vos acerca do que realmente sofremos nesta recta final.

Parece já longe o dia em que pus os pés na minha faculdade para ingressar finalmente no curso a que concorri e pelo qual estudei e me esforcei. Sete meses passaram e o meu primeiro ano está no seu fim. Quem me dera que assim não fosse...

A cada dia que passa, mais perto está a linha da meta. Tento vê-la, mas figuras enormes toldam os meus olhos, tudo está escuro, frio. Os fantasmas apoderam-se de mim, cansam o meu raciocínio, o meu corpo. Porquê? Depois de uma semana de festa – aqui sim, acertaram aquelas raparigas – por que nos assombram a ansiedade, a pressão, o cansaço? Alguém me diga quais as razões para estes três sacanas estarem a esgotar-me antes do final? É que, como se não bastasse, o bicho papão solta-se do armário em Junho para nos examinar a todos! É preciso treinar as nossas luzinhas interiores. Iluminemo-nos, que o tal bicho tem medo da luz. Se de luz nos equiparmos, o caminho ficará livre. Se um último esforço fizermos, aquele bicho volta para o armário até ser tempo de nevar. Se uma última batalha travarmos, conquistaremos o ano. Com coragem e honra devemos lutar, não com armas, mas com as nossas mãos, nossa inteligência.

Ah, a meta, já vejo. Sinto calor, uma brisa suave, um céu azul, um calor diferente. Estou livre, venci.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Obrigado Sócrates, Bem-vindo ao jogo Sr. Passos


E no dia 5 de Junho Portugal mudou. Pedro Passos Coelho é o novo Primeiro-ministro do nosso país, destronando José Sócrates com uma diferença de 10,4 % no que toca a votos. Uma vitória gritante, sem dúvida mas as minhas primeiras palavras são para aquele que ficou em segundo e que viu o seu cargo ser tomado. Decidi escrever agora porque queria que a fase pós-eleições acabasse, deixando assim que todos os ‘experts’ pudessem falar antes de mim … como o próximo “Prós e Contras” vai falar de agressões entre jovens, achei que era agora o momento certo.

Obrigado José. Sem ti não teríamos a grande invenção mundial que foi o Magalhães (onde inclusive tentei escrever esta crónica, mas ia constantemente abaixo), não teríamos vídeos seus a falar mal espanhol, não teríamos piadas sobre si com tantos sub nomes como “Socas” … enfim estaria aqui o dia todo e se calhar ainda me esquecia de alguma coisa. Estamos no lodo, não tenhamos dúvidas, mas consigo (e visto de fora) parecia que o nosso país via apenas isto como um dia de chuva no Verão. Você se estivesse dentro de uma casa a arder diria apenas que “estava quentinho lá dentro” … o seu optimismo é de enaltecer. No entanto, após esta derrota decidiu abandonar o seu cargo no PS e agora avançam o nome de António José Seguro … eu acho bem. Se é para queimar, que seja alguém que não faça muita falta no futuro. E assim, após ser PM e vencedor do premio Sexy Platina do Correio da Manhã, Sócrates sai de cena … mas estarás sempre cá (porque nós portugueses não te vamos esquecer de certeza, podes crer).

E agora dirijo-me a Pedro Passos Coelho. Um homem que nas suas ultimas batalhas venceu Manuela Ferreira Leite e José Sócrates … um bom currículo. Mas agora é a sério e tem um país (ainda somos não somos?) para gerir e agora temos as medidas que o sempre simpático FMI nos deixou. Estes dias servirão para que possa ser uma espécie de Paulo Bento (versão política) e possa trazer os seus ‘boys’ para o assistirem no seu mandato. Escolha bem para não saírem decisões como Dudas ou Eliseus (pergunte ao Queiroz que ele explica).

O que me resta dizer é apenas isto: “Bem-vindo Sr. Passos Coelho. Prepare-se bem e respire fundo, porque a viagem é tudo menos meiga. Esqueça a euforia e concentre-se na sua nova tarefa. Está pronto? Então agora pegue no comando e tire o jogo do ‘pause’ … boa sorte, e não se esqueça que não está a jogar para passar o tempo.”

A primeira sondagem pós Sócrates ...

Acabou. É verdade, é comovente, mas a vida continua (ainda estou a falar da sondagem). Sem querer encher chouriços e falar mal do que aconteceu na semana passada, vamos desde já passar a mostrar os resultados no que toca à pergunta "Portugal tem talento para vencer mais um Nobel da Literatura?" (afinal de contas é para isso que servem estes posts...)

Sim - 5 votos (50%)
Não - 5 votos (50%)

sábado, 4 de junho de 2011

O que é nacional ... é perigoso



"Portugal é o terceiro país com maior risco de bancarrota - Investidores em dívida pública acreditam que é mais arriscado investir em obrigações nacionais do que na dívida do Líbano e do Cazaquistão"


Ora aqui está o alerta vermelho! Quando nem aqueles que gostam de gastar rios de dinheiro a salvar gente querem investir em nós e preferem faze-lo em sítios que ou já estiveram em crise politica com guerra ou que já perderam connosco no futebol (desculpem, não sei muito sobre o Cazaquistão) estamos claramente em maus lençóis. Fomos país de Euro 2004, de Rock em Rio e de concertos do Roberto Leal, mas isso não chega para estes senhores.

Não vou falar aqui de ‘credit default swaps' ou ‘yields’ porque não vale a pena, porque faria com que vocês adormecessem a frente do computador e (provavelmente a melhor razão) porque não sei o que isto significa, portanto é melhor deixar isto quieto para não partir ou estragar.

Temos de ser realistas. Com isto do FMI vieram logo a baila os casos da Grécia e da Irlanda que como é sabido tiveram de ser ‘reestruturados’ a nível financeiro. Por saber que todos nós neste país estaremos a pagar cada cêntimo da ajuda que vier, já me precavi e enviei o meu mealheiro para o Suriname. Porquê? Simples. Para já o nome do país é engraçado e também porque com o dinheiro que eu tenho amealhado duvido que consigam fazer muito … a não ser 45 cabanas de palha e um resort todo feito em bamboo. 

"Não se vislumbram melhorias nem a curto nem a médio prazo, mesmo depois do acordo com o FMI que, quanto melhor for para Portugal, pior será para a dívida"

É ou não é uma boa frase para acabar o processo do nosso orçamento de Estado? Não diz nada que nós já não saibamos, mas também toda a gente sabe que os orçamentos só servem para nos informar que o cinto precisa de mais um furo e que cortes é coisa que não vão faltar.
Para terminar apenas uma achega às próximas eleições.
- Antes de votar não beba (pode acabar por pensar que está a assinar um formulário do IRS);
- Não leve a pequenada para os locais de voto (é preferível que só lhe conte que lhe está a lixar a vida mais tarde…);
- Vote com responsabilidade … e tente não cair no desejo de dizer 2 meses depois “bolas, porque é que não votei no outro? Nunca mais bebo Baileys antes de ir votar. Está decidido”.