"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."
(E.L. Doctorow
)

"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."
(Nathaniel Hawthorne
)

quarta-feira, 31 de julho de 2013

O que nós queremos é uma Swap

Quem vê as notícias já percebeu que o que está na moda este Verão são as Swaps. É inevitável, é tão necessário como um livro para levar para a praia ou a tenda para quem vai acampar.

Maria Luís Albuquerque não lançou a moda, mas por ela isto segue por mais uns tempos. E como boa defensora de uma moda que já vem de trás não arreda pé. Afirma que não mentiu à Comissão de Inquérito e insistiu que na pasta de transição nada constava sobre as Swaps e que nunca foi alertada pelo antigo Governo (contrariando Teixeira dos Santos).

Ora como criador do Crónicas venho pedir à senhora Ministra se não faz um jeitinho e nos arranja uma swap. Não precisa de ser muito grande, coisa pouca, que dê para gerir bem, que não seja comilão e que não ladre muito alto por causa dos vizinhos. É para nos entretermos um bocado e assim já nos sentimos mais dentro das notícias. Não nos mande é isso por mail que depois pode ser Spam ... Prometemos que tratamos bem conta dela até nos ordenar para devolvermos o contrato, será bem estimado com todo o nosso carinho.

Li no "Económico" que os contratos swap é como "... no casino. Apostamos no vermelho mas às vezes sai o preto. Há sempre alguém que ganha."
Pois isso é outra coisa que eu gostava que tivesse em conta, que não nos desse um swap meio delinquente pode ser? Tem que ser estável para não andar aí a roer mobília e calçado.


Portanto, queremos uma Swap mas que não seja ligada a bancos nem ao Sporting, pode ser?
Obrigado Sra. Ministra, esperamos pela sua resposta.



segunda-feira, 22 de julho de 2013

Cavaco escolheu a “reconciliação”



Não houve acordo para a Salvação Nacional, a palavra era de Cavaco Silva. Muitos ainda acreditavam na solução de eleições antecipadas, a maneira de o Presidente da República sair por cima quando a sua solução de reunir os partidos falhou redondamente ...

O relógio marcava 20:30h e eis Cavaco e de olhar convicto perante os jornalistas fez o que melhor sabe: engonhou ... falou de tudo e mais alguma coisa mas teimava em não chegar ao ponto que os portugueses mais queriam. Até que  quase 10 minutos depois ele afirma : considero que a melhor solução alternativa é a continuação em funções do atual Governo, com garantias reforçadas de coesão e solidez da coligação partidária até ao final da legislatura”

Ficava quase a ideia do ridículo. Ali estava o Presidente a dar a continuidade a um Governo que semanas antes tinha visto Gaspar e Portas bater com a porta (o último arrependeu-se) e que criou uma crise política. Mas claro que tinha que ter argumentos para defender Passos & Cia ... “Dispondo o Executivo do apoio de uma maioria parlamentar inequívoca, como recentemente se verificou, deve ficar claro, aos olhos dos Portugueses e dos nossos parceiros europeus, que Portugal é um país governável” ... exato, faz todo o sentido, pelo menos a Cavaco. Até porque quem governa neste momento não parece estar de boa saúde. È a segunda chance do casal Passos/Portas que agora têm tudo para reformular a sua equipa e têm que agradecer ao “pai” Cavaco Silva.

Mas (e para finalizar) Cavaco Silva tinha de dar o seu toque. E como? “Por último, quero afirmar aos Portugueses que, se o atual Governo se mantém em plenitude de funções, o Presidente da República nunca abdicará de nenhum dos poderes que a Constituição lhe atribui”. Faz lembrar Santana Lopes que dizia que “andaria por aí” ...

Sinceramente o nosso Presidente da República foi cobarde, teve medo de entregar o poder democrático a quem realmente o tem. O país tem que ser governado primero dentro para depois mostrarmos resultados à Europa e não mostrarmos uma fotografia que tapa o olho da câmara que nos vigia ...

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Gaspar e Portas marcaram Passos ...

A política está tão mexida no nosso país que ainda tem mais ingredientes que um cocktail de Verão.

Vamos por partes.
Gaspar saiu primeiro e na sua carta há de tudo um pouco. Queixa-se da falta de coesão do Governo e avisa Pedro Passos Coelho: “Os riscos e desafios dos próximos tempos são enormes. Exigem a coesão do Governo” e reconhece que o falhanço nas metas orçamentais estragou a sua confiança enquanto número dois do Governo. Fala também que esta não é a primeira vez que pede para ser distituido do cargo que ocupava.
Mas uma das melhores partes é quando parece que se sacrifica pelo projecto, como um mártir que já fez o seu trabalho, quando afirma que "é minha firma convicção que a minha saída contribuirá para reforçar a sua liderança e a coesão da equipa governativa” (...) "A minha saída é agora, permito-me repetir, inadiável”.

O que dizer disto? Bem Vítor Gaspar foi o nosso Primeiro-Ministro muito tempo e a sua saída enfraquece o Governo que outrora já tinha perdido Relvas. Pedro Passos Coelho tinha de acertar na escolha a tomar para que o ambiente fosse controlado, para que o pó assentasse depressa ... mas voltou a falhar. Maria Luís Albuquerque foi o nome escolhido e Portas era o nº2 de Passos, pelo menos foi por um dia.

No Domingo Paulo Portas apresentou a demissão porque não concordou com a solução encontrada por Passos para as Finanças, pois, do ponto de vista da simbologia política, a escolha de Maria Luís Albuquerque significou que o Primeiro-Ministro assumiu ele mesmo a pasta das Finanças no plano político, o que desequilibrou o poder dentro da coligação. Aquilo que afirmou ser nem "politicamente sustentável, nem é pessoalmente exigível" faz com que o Governo não só tenha perdido 2 ministros (e dois nº2 ) em 2 dias como põe em causa toda a credibilidade interna e externa que lhe podia restar.

Reina o caos político na mais alta esfera do nosso país. Depois de Miguel Relvas, agora foi Vítor Gaspar e Paulo Portas a abandonar, três "caras" fortes deste Governo de coligação.
E depois de tudo (mesmo após o Presidente da Républica já ter dito que só com moção de censura aprovada em Assembleia é que existirão eleições) os olhos estavam postos no comunicado de Pedro Passos Coelho.

O nosso Primeiro-Ministro foi prontório : "Não me demito. Não abandono o meu país." aquilo que muitos viram como um ataque a Paulo Portas. “Comigo, o país não escolherá o colapso político, económico e social”, afirmou Passos Coelho, sublinhando que o contrário representaria “dois anos de um grande esforço deitados por terra”, “ignorar os sacrifícios” dos portugueses e os sinais de inversão económica que diz começarem a existir ... ou seja, ele é como a banda do Titanic: enquanto o barco se afunda ele continua a tocar a sua música. Passos Coelho parece estar no seu mundo, ainda acreditando naquilo que planeou e que vai falhando em cada etapa e isso aos olhos dos portugueses não mostra nada de bom.

Já se prevêem manifestações e em muitos lados se pedem eleições antecipadas ... o que é mais que certo é que foi nestes dois dias em que Portugal pode muito bem ter visto o início do fim do Governo de Pedro Passos Coelho.