"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."
(E.L. Doctorow
)

"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."
(Nathaniel Hawthorne
)

sábado, 29 de janeiro de 2011

Ás vezes o melhor é não compreender



Elas fazem o tipo deles e eles o tipo delas. Ambos da mesma espécie, embora com muitas características diferentes, físicas e intelectuais. O que os une tanta vezes na vida? Interesse, atracção, pontos de vista, gestos, atitudes. O que os separa tantas vezes na vida? O mesmo.


Tudo começa por alguma razão, sentido ou até mesmo sentimento. Tudo acaba pelo contrário dessa razão, sentido ou sentimento. As relações são um ciclo.

Os opostos atraem-se? Nem sempre. Talvez. Ás vezes. Quase sempre. Sempre.

Ora, homens, esse tipo de ser humano que gosta do seu jogo de futebol, uma boa feijoada, uma cerveja, uma volta no carro novo, a partida de bilhar com os amigos, uns olhares na pista de dança e nada de complicações.

Ora, mulheres, essa forma de ser que só compreende cabeleireiro, compras, objectos brilhantes, sapatos, impressionar os amigos do namorado, formas de pensar bem complexas e sonhar para além do que já à vista parece complicado.

Bem opostos não? Estes cruzam-se e o que acontece é o seguinte: troca de olhares seguida de uma conversa; uns dias para finalizar sempre a mesma conversa; surge o dito beijo que tem como consequência a tal intimidade mais tarde; leva a que a mulher pense na tal relação séria; o homem aceita divertir-se mais um bocado enquanto não surge melhor; isto faz com que a mulher comece a pensar se o homem está para a relação e questiona-o; o homem começa a olhar para a galinha da vizinha e leva a mulher ao histerismo; posto isto o homem farta-se, acaba e começa a sair com a galinha da vizinha.

O pior de tudo é que o que ele não sabe é que a galinha da vizinha é exactamente igual à que ele tinha.

E o ciclo continua.

Portanto ás vezes o melhor é não compreender.

;)


"A infelicidade tem isto de bom..."



Hoje não é um bom dia para escrever. Hoje não é um bom dia para nada, realmente. É um daqueles dias que todos temos e todos queremos que passe bem depressa! Mas é em dias como este que aprendemos, aos pouquinhos, a dar o verdadeiro valor a simples coisas da vida, do dia-a-dia e, principalmente, às pessoas.

Quando estamos felizes, alegres, na Lua ou em Marte, o que acontece à nossa volta acaba por nos passar um pouco ao lado porque, afinal, tudo são rosas! Dias como esses existem para deixar a nossa alma flutuar... Mas dias como este, os dias maus, servem para a nossa alma crescer. Pequenas acções como a simpatia ali da senhora da loja, um abraço habitual ou uma palavra mais meiga de quem de nós tanto gosta, têm outro significado em dias como este. E porquê? Porque embora os nossos amigos, a nossa família, colegas ou desconhecidos, não se apercebam, um pequeno gesto deles pode, verdadeiramente, trazer sol a um dia cinzento - nem que seja por momentos, mas brilha. A minha experiência diz-me que por vezes é nos nossos maus momentos que somos melhores pessoas. Melhores para os outros - não será esse o objectivo? - pois acabamos por lhes dar aquilo que tanto sabemos que precisam mas não sabemos definir. Pequenas coisas, como disse, que fazem toda a diferença. Estar lá. Ouvir. Sorrir. Abraçar. Da próxima vez que te sentires cheio de alegria e euforia, "pára, escuta, olha". Presta um bocado de atenção ali àquela tua colega com o olhar tão entristecido, àquele teu amigo hoje tão estranhamente calado, à tua mãe que hoje não parece a mesma. Tu sabes o que tens de fazer. Afinal, a felicidade só existe realmente se for partilhada!

Os amigos não são só para os nossos bons momentos, nem somente para os maus deles. São para todos os momentos, pois hoje és tu aqui, amanhã será ele. Nos dias de sol parece que eles florescem em todo o lado... Mas e nos dias de chuva?


"A infelicidade tem isto de bom: faz-nos conhecer os verdadeiros amigos." Honoré de Balzac


Porque por mais bem que eles estejam na vida, não se esquecem de nós.

Palavras para quê?

Tardei mas apareci...

Também eu venho dar o meu contributo para a construção deste projecto que espero que cative a atenção e o interesse dos demais leitores da mesma maneira que entusiasma a quem o trabalha.

Muita gente já deve ter utilizado a expressão, "palavras para quê?"
Após ler alguns dos textos iniciais dos meus companheiros fiquei a pensar sobre o que disseram
acerca da liberdade de expressão e tenho de concordar, é quase que um "bem essencial" que nos faz sentir bem e mais soltos, como tal, pretendo utiliza-lo! Há uns dias perguntei ao "headmaster" do projecto, Daniel, de que tipo de coisas podia escrever, se podia escrever de tudo... Apesar de reticente, a resposta foi afirmativa. (Vamos ver se ele não se vem a arrepender disso =D )

Podia vir a especializar-me a escrever de desporto, politica ou até dos gajinhos da casa dos segredos, mas a verdade é que num dia estou com a cabeça virada para um lado e no outro esse assunto já não me interessa, por isso prefiro vir para aqui e escrever o que bem me der na cabeça, não esperem palavras eloquentes ou bem formadas porque no fundo sou um simples português, não esperem muito de mim!

Este último parágrafo serve de introdução à minha primeira crónica: "O complexo português"

O complexo português baseia-se na dupla personalidade que um português tem dentro e fora da sua terra.
É comum quando vemos algo de errado na rua (Ex: alguém a deitar papéis para o chão) dizermos "Vê-se logo que é português, na (nação conceituada estrangeira) deitavam num caixote", ou então se vemos algo de errado como corrupção, pobreza, etc. dizermos "Só em Portugal".
A verdade é que quando cá estamos desvalorizamos tudo em nós, quase como se não fizessemos parte do grupo a que nos referimos, desvalorizámos os nossos hábitos, desvalorizámos o Tony Carreira, etc.

Mas já alguém viu os portugueses depois de saírem de cá?

Chegam a França e para se reconhecer um bairro português, basta ter os ouvidos abertos, as mulheres a fazerem a lida da casa e a ouvirem o Tony a altos berros como se ele fosse a pop star actual dos EUA, os homens no tasco a gabarem-se aos marroquinos da quantidade de coisas que Portugal tem, durante o tempo frio exaltam as praias e o clima português...

Este fenómeno acontece não só a nível nacional, mas também a nível local... O pessoal de Ermesinde por exemplo queixa-se que "somos pequeninos, já não há sítios novos para ver,etc." mas quando descobrem o degredo que são outras cidades de tamanho equiparado ao nosso... É caso para pensar...

Pedro Oliveira

A primeira de muitas…

Dizem que a palavra é uma arma que por vezes o ser humano não sabe usar. Nada está mais correcto, mas é nela que reside o poder de nos podermos resignar, amar ou até fazer troça de algo, e isso é fundamental para todos nós. Eu acredito que ao escrever de maneira satírica, mostro um mundo em que por vezes o que falta mesmo é o riso ou a alegria. A vocês me apresento não como um cronista, mas sim como um ‘entertainer’ ao serviço da escrita. 

Como primeira crónica neste espaço de opinião falo de um homem que se não existisse conheceríamos Itália apenas como sendo um país que parece uma bota. O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, perdeu a paciência com o ‘caso Ruby’, em que é acusado de ter pago por sexo com uma menor marroquina, e telefonou para um programa televisivo manifestando, aos gritos, o seu desagrado. 

Aqui está o que o distingue, por exemplo, de José Sócrates. O ‘mister’ Magalhães só aparece para inaugurar edifícios ou dar apoio a candidatos (que o diga Manuel Alegre). Berlusconi, um expert no que toca a ‘meninas da vida’, modelos e actrizes pornográficas diz o que tem a dizer logo na hora como uma peixeira do Bolhão (ou se calhar com mais ênfase ainda). É impossível existir uma polémica italiana em que o nome de Berlusconi não apareça… e se não aparecer, ele faz questão que se ponha lá e depressa.
"Estou a ver um programa desagradável, com um apresentador desprezível, infame, repugnante", acusou Berlusconi e nem sequer estava a ver as Tardes da Júlia. 

Para finalizar apenas dizer que até simpatizo com Berlusconi. Com o número elevado de mulheres com quem já esteve, deve ser complicado arranjar alguma italiana disponível portanto tem que mandar vir ‘de fora’.

A crítica começa... Agora!

Liberdade de expressão…

Maldito, aquele que criou estas palavras. Maldito, aquele que as aplicou. Maldito, aquele que hoje fala em nome da “liberdade de expressão”. Tão patéticos, aqueles que ainda acreditam nela. Mais tristes ainda, aqueles que em nome dela discursam.

Todos os dias, sem excepção, alguma alma neste planeta tem a infeliz ideia de mostrar a sua «opinião» ao mundo, através de textos ou comentários tão insípidos que levam à agonia o mais profundo do nosso ser. A falta de empenho em transmitir, de forma original, profunda, inteligente e corajosa, o que a nossa consciência aprova (ou não) nesta sociedade, onde nos foi destinado viver. Pobres estes coitados que pensam saber o que é dar opinião, o que é a verdadeira liberdade de discursar, escrever e pensar.

Meus irmãos, meus compatriotas, continuem a clamar a democracia aos Antonistas e aos Oliveiristas, que mais não fazem do que nos mostrar apresentações espectaculares de continuidade, de bem-estar e de algum sacrifício de «todos». Mas, como em qualquer mau filme, quando vemos a totalidade do conteúdo deparámo-nos com cenários de sofrimento e de muito sacrifício, onde a «totalidade», sabe-se lá porquê, esqueceu-se de um grupo de senhores engravatados que, segundo consta, têm muita habilidade em mexer naquilo em que não devem. Se calhar quem fez estas apresentações não conhece tais habilidosos porque, se os conhecesse, sem dúvida que os levava também para o matadouro.

Não adianta lançar frases curtas de bem ou maldizer, pouco impacto obtêm. Não adianta esmiuçar directamente, a nossa democracia prega-nos um sermão e põe-nos de castigo.

Abriu-se uma nova porta para mim, uma terceira via. Chega de tentativas falhadas, de pequenos comentários nunca lidos, de vídeos e imagens raramente vistos. O caminho da ironia e da sátira hoje começa e transmitir a minha critica aos assuntos actuais é a meta pretendida.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Aviso à navegação...

O blog "Crónicas em Branco" terá o seu arranque no dia 29 de Janeiro de 2011. Nesse dia todos os cronistas deste espaço deixarão o seu primeiro post onde (como sempre) a temática será livre.

Obrigado e esperemos que nos acompanhem,

Os cronistas:
Daniel A. Teixeira
Fábio Silva
Pedro Oliveira
Filipa Alves
Nídia Félix