"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."
(E.L. Doctorow
)

"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."
(Nathaniel Hawthorne
)

segunda-feira, 19 de março de 2012

The return of Sócrates

Nesta semana assistimos a um regresso ao passado no que toca às figuras maiores da nossa nação. Passos Coelho e Cavaco Silva retiraram da obscuridade um nome que estava bem longe (em França para ser mais específico).

Não contente com a polémica que envolveu a QREN, Pedro Passos Coelho voltou ao baú e perante a situação obscura do nosso país aclamou um nome: José Sócrates.
O "mister Magalhães" como eu amigavelmente gosto de o apelidar foi chamado à dança quando o nosso actual PM se defendeu perante o plano de austeridade que temos de momento. Citando: "Se precisámos de ir mais além para chegar aos mesmos objectivos, é porque o nosso ponto de partida não era aquele que nos tinha sido comunicado pelo anterior Governo. Era muito pior" ... ok, o que disse está certo, mas é mesmo à miúdo que quando não ganha culpa aquele que lhe deu o comando para a mão! Que falta de desportivismo pá ... Sr. Passos Coelho, concentre-se, mude de discurso (e já agora de gravata) e defenda-nos por favor.

Cavaco Silva, esse grande guru das gaffes políticas, também não deixou passar a chance e invocou Sócrates. No prefácio do livro "Roteiros VI", que reúne as suas principais intervenções públicas, Cavaco  tece várias considerações sobre a postura do ex-primeiro-ministro criticando não ter sido "previamente informado sobre o conteúdo ou sequer da existência do PEC IV" tendo por isso ficado "impedido de exercer a sua magistratura de influência com vista a evitar o deflagrar de uma crise política" ... Só tenho uma pergunta: Mas nós temos Presidente da República para o avisar seja do que for? É um cargo que actualmente parece oco de poder, é apenas uma figura ...

E quanto a Sócrates perguntam vocês ... bem lá continua em França, aparentemente vivendo numa zona luxuosa e usufruindo de uma vida de "estudo" e paz, longe da algazarra lusa. Enfim, uma boa maneira de se reformar da política. Mas nem assim fica esquecido, porque sim está longe, mas estará sempre nos nossos corações e o seu nome nas nossas bocas (seguido de alguns insultos é certo, mas o nome está lá...).

Para terminar apenas esclarecer que esta crónica não serve para defender os erros que Sócrates cometeu, mas sim para que possamos ser claros e abrir os olhos de modo a que não agravemos uma situação débil como a nossa e que se olhe em frente e não para os fracassos do passado. Fantasmas não podem ser mais que fantasmas ...

domingo, 4 de março de 2012

Guia de Culinária para Homens

Tudo o que tem de saber, e até o que não precisa!

Nós, como autores deste "achado", pretendemos mostrar o que achamos daquilo a que os comuns mortais designam de culinária. Para nós, "culinária" não é o simples acto de cozinhar mas sim uma verdadeira batalha entre tachos, condimentos e receitas parvas que, no final, acaba sempre por dar trabalho aos bombeiros - às vezes, mais que uma vez ao dia.

Neste texto dirigimo-nos a vocês, homens - sim, tu também, que não escapas -, que têm a árdua tarefa de olhar para um fogão e saber que, mais tarde, algo comestível de lá terá que sair. A isso, as mulheres chamam de cozinhar.

Há diferenças claras entre homens e mulheres quando o tema é a cozinha. Elas baseam-se nos livros de cozinha, onde aprendem a melhorar as suas capacidades. Nós, homens, criamos o que tão queridamente apelidamos de "molhos especiais". Sim, porque qualquer homem que se preze tem a capacidade inata de criar molhos, mesmo não sabendo como lá chegou. Mas que está feito, está! Isso é que importa no fim. Aliás, assim nasceu a francesinha, antes uma simples tosta mista que, por ideia de um qualquer francês complicado, decidiu juntar ovos, bife, enchidos e o tal molho (quem disse que os homens não inventam grandes coisas na cozinha?).

Um ponto prévio: "boeuf bourguignone com cachaça"... Mas isto come-se, ou é apenas um exercício de dicção? É por estas, e por outras, razões que os homens têm medo de livros de culinária. Para nós, seres descomplicados, palavras como "prego em prato", "cachorro quente", ou até "bifanas", são como música para os nossos ouvidos. E porquê? Seres simples, como nós, gostam de coisas simples, pois o mundo fica equilibrado... Agora dizer que vai comer  "strogonoff" tem algum jeito?

É sabido que os grandes chefes do mundo são homens... Lógico! A razão para tal é de uma simplicidade tremenda. Se na estrada as mulheres são o constante co-piloto, na cozinha o homem tem que ter liberdade - até porque na cozinha há possibilidades de escapar aos constantes avisos por parte das senhoras, bem como a possibilidade de vingança quando ela comer o que está a ser cozinhado por vós, homens com talento (sim, porque é preciso ter talento para cozinhar).

Mais a sério, é óbvio que os homens olham para a culinária como uma espécie de jogo em que perder não pode ser uma opção - terás que comer o resultado, portanto, não há como fugir. Podes ser um grande cozinheiro, agora, mas não escapaste de comer coisas mais duras que cimento.

Ah, mas era suposto ensinar-vos a cozinhar? Nesse caso, estão a perguntar às pessoas erradas, até porque estamos a fazer um serviço público. Logo, já temos muitas responsabilidades. Posto isto, há duas coisas a reter:
  1. Os autores deste artigo possuem zero capacidades no que toca a cozinhar mas, como qualquer português, mandam o seu "bitaite" sobre tudo, e mais alguma coisa.
  2. "Filé Mignon" não é uma raça canina, é comida mesmo. Depois não digam que não vos avisamos!
 Daniel Teixeira e Fábio Silva