"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."
(E.L. Doctorow
)

"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."
(Nathaniel Hawthorne
)

terça-feira, 7 de abril de 2015

Quénia: Quando o mal condena o futuro

Uma tragédia é sempre condenável, seja em que parte do mundo aconteça.
Imperdoável é quando o fanatismo cria um terror de tal modo doentio que afecta o futuro de um país.

O Quénia foi alvo de um atentado atroz quando homens armados entraram numa residência universitária e tiraram a vida a 147 pessoas, que não fizeram nada de errado para merecer tal castigo.
O grupo terrorista tinha ameaçado retaliar contra o Quénia após o país ter enviado tropas para a Somália e este foi o modo que acharam "melhor". Foram 13 horas de sofrimento para os sobreviventes que escaparam ao massacre proveniente de um fanatismo doente.
Estudantes, o futuro de um país que foi eliminado sem ter culpa ou responsabilidade dos erros alheios.

Talvez por ser num país de terceiro mundo o impacto do incidente não foi tao alargado para manifestações, declarações de altos mandatários de poder ... Mas mais do que nunca é preciso olhar para o Mundo para que se proteja quem não tem armas e para que se impeça que estas forças terroristas de ganhar poder instalando o medo nestes pequenos e pobres países.

Tal como noutra altura muitos foram Charlie, seria bom olharmos para o Quénia e sermos parte de uma onda solidária para com um país que perdeu parte do seu futuro numa trágica tarde. #147NotJustaNumber

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Até Sempre Manoel

Manoel de Oliveira era um génio incompreendido e não consensual, como aliás todos os génios são.



Era um visionário, que via o seu mundo espelhado nas obras criadas, onde o auditório tinha a chance de o poder viver com os seus olhos.

Foi um marco na história tanto no cinema como na vida. Foram 106 anos de vivência recheados de histórias e no cinema é nome imperial e inesquecível para os amantes da arte. Figura de proa que merece todo o nosso respeito.

Desde "Aniki Bobó" até ao "Velho do Restelo" Manoel foi igual a si mesmo, pouco importado com a crítica. A realização era o seu espaço e era com ele que recriava o que a sua fértil mente lhe proporcionava como ideias.

A igreja do Cristo Rei foi pequena para toda a homenagem que este homem mereceu. Figuras de proa mostraram o seu respeito. Rosas brancas e aplausos acompanharam Manoel na sua última viagem entre nós, a derradeira fita que este realizador criou.

"O cinema não morreu com Manoel de Oliveira, mas Manoel de Oliveira era único e o cinema não será o mesmo sem ele", afirmou John Malkovitch no final do funeral.

Manoel de Oliveira era a personificação da juventude eterna, da mente que não sabe quando parar.
Obrigado Manoel. Descanse em paz.