"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."
(E.L. Doctorow
)

"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."
(Nathaniel Hawthorne
)

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Cavaco escolheu a “reconciliação”



Não houve acordo para a Salvação Nacional, a palavra era de Cavaco Silva. Muitos ainda acreditavam na solução de eleições antecipadas, a maneira de o Presidente da República sair por cima quando a sua solução de reunir os partidos falhou redondamente ...

O relógio marcava 20:30h e eis Cavaco e de olhar convicto perante os jornalistas fez o que melhor sabe: engonhou ... falou de tudo e mais alguma coisa mas teimava em não chegar ao ponto que os portugueses mais queriam. Até que  quase 10 minutos depois ele afirma : considero que a melhor solução alternativa é a continuação em funções do atual Governo, com garantias reforçadas de coesão e solidez da coligação partidária até ao final da legislatura”

Ficava quase a ideia do ridículo. Ali estava o Presidente a dar a continuidade a um Governo que semanas antes tinha visto Gaspar e Portas bater com a porta (o último arrependeu-se) e que criou uma crise política. Mas claro que tinha que ter argumentos para defender Passos & Cia ... “Dispondo o Executivo do apoio de uma maioria parlamentar inequívoca, como recentemente se verificou, deve ficar claro, aos olhos dos Portugueses e dos nossos parceiros europeus, que Portugal é um país governável” ... exato, faz todo o sentido, pelo menos a Cavaco. Até porque quem governa neste momento não parece estar de boa saúde. È a segunda chance do casal Passos/Portas que agora têm tudo para reformular a sua equipa e têm que agradecer ao “pai” Cavaco Silva.

Mas (e para finalizar) Cavaco Silva tinha de dar o seu toque. E como? “Por último, quero afirmar aos Portugueses que, se o atual Governo se mantém em plenitude de funções, o Presidente da República nunca abdicará de nenhum dos poderes que a Constituição lhe atribui”. Faz lembrar Santana Lopes que dizia que “andaria por aí” ...

Sinceramente o nosso Presidente da República foi cobarde, teve medo de entregar o poder democrático a quem realmente o tem. O país tem que ser governado primero dentro para depois mostrarmos resultados à Europa e não mostrarmos uma fotografia que tapa o olho da câmara que nos vigia ...

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