"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."
(E.L. Doctorow
)

"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."
(Nathaniel Hawthorne
)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Efeito Dóminó - Também com a morte?

"Idosos

Encontrado homem morto há já 10 dias

por LusaHoje
Um homem de 80 anos foi encontrado morto no sábado, em sua casa, em S. Mamede Infesta, Matosinhos, tendo sido o alerta dado por um vizinho que já "não o avistava há alguns dias", disse a PSP à Lusa." in CM de 14/02/2011

Esta citação com que começo a minha crónica de hoje veio publicada no jornal "Correio da Manhã" e relata o caso do 3º idoso encontrado esta semana morto em casa já há algum tempo sem que ninguem desse conta da ocorrência. Neste caso foram 10 dias, mas o mais caricato (perdoem-me o sentido da palavra) foi o da senhora que esteve 9 anos morta sem que ninguém lhe conseguisse entrar em casa.

Destes caso podemos tirar várias aprendizagens,a primeira e mais óbvia é da solidão pela qual passam os idosos, muitas vezes esquecidos pelas familias e que acabam por morrer isolados e ficar dias, meses, anos sem que ninguém note pela sua ausência.

A segunda, é de que a justiça portuguesa consegue mais depressa proteger a entrada da casa de um morto do que a de um vivo.

Enfim, após esse caso mediático surgiu o efeito dóminó e já temos dois casos semelhantes e para mim a explicação é fácil: Ao verem o caso da idosa que passou 9 anos em casa, foi tudo a correr ligar aos seus pais, avós, bisavós, até aos que pensavam já mortos, para confirmar se realmente não estavam vivos. 

Este retrato da sociedade moderna é tão vergonhoso como triste e leva-nos a pensar, até que ponto uma pessoa se isola do resto e o porquê?
Pensem no assunto e talvez comecem a dar um pouco mais de valor a todos os vossos amigos e familiares que convosco se preocupam pois há quem não tenha a sorte de ter uma unica pessoa a pensar em si.



"Nenhum indício melhor se pode ter a respeito de um homem do que a companhia que frequenta: o que tem companheiros decentes e honestos adquire, merecidamente, bom nome, porque é impossível que não tenha alguma semelhança com eles." (Adam Parfrey)

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