"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."
(E.L. Doctorow
)

"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."
(Nathaniel Hawthorne
)

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Fábiionce Sutyulaona

“Fábiionce Sutyulaona”. Eis o nome que, daqui em diante, estará nos meus documentos de identificação. Admito que é uma honra envergar esta bela designação que me foi atribuída por uma aplicação no Facebook. Desculpem, Fakebookonce.

Ainda sou do tempo em que a escolha de um nome era feita tendo em conta as expectativas depositadas pelos futuros pais na criança que ia nascer. Desculpem a nostalgia, mas não posso deixar de regressar a esses tempos em que a escolha dos substantivos identificativos A ou B dependia, além do gosto dos papás, da origem da palavra, dos valores que esta (ou que as pessoas que a acarretavam) transmite. Víamos então muitos “Carlos”, “Anas” e, sobretudo, “Marias” (Avé!).

Chegamos então ao séc. XXI e aparecem tentativas frustradas de nomear os nossos descendentes com nomes originais, mas que na verdade eram aberrações sem sentido nenhum.

Imaginem, meus caros, que chegou a haver um autêntico atentado à identidade de um pobre menino. Segundo relataram as notícias, houve uma personagem, que provavelmente achara um acidente a concepção daquele miúdo e tentou registá-lo como “Benfica”. Não há maior tortura imaginável do que passar 18 anos a acarretar um nome tão bestial. Mas aqui deixo uma boa referência relativa ao bom senso que o Registo Civil teve para com o futuro da criança, livrando-a de tal castigo.

Contudo, apareceram, nas últimas semanas, notícias no mínimo chocantes acerca de um casal wannabe Jet Set. Acabados de ter o seu primeiro rebento, chocaram o país (pelo menos, a face inteligente dele) ao oferecerem à sua filhinha um inferno de infância. Chamaram-na de Lyonce Viiktórya, uma tentativa frustrada de aparecer, apenas comparada à (sempre bela) Lady Gaga e o seu vestido “carnal”.

Por isto, meus amigos, um conselho. Se estiverem frustrados com o Mundo, não roubem, não matem, não votem no Cavaco; tenham uma filha e chamem-lhe Lyonce Viiktórya. Acreditem, o sofrimento que ela terá fará vocês olharem para o que vos rodeia de forma bastante mais positiva.

1 comentários:

Maria João*** disse...

Já sei que a partir de agora te vou chamar "Fábiionce Sutyulaona", sinceramente, é bem mais fácil de pronunciar que Fábio André :D

Para a criança que ia ser chamada de Benfica, só tenho uma coisa a dizer: desgraçada dela. Que fardo ia ter de transportar!!!

Quanto à crónica, também só tenho uma coisa a dizer: BRUTAL. Principalmente o último parágrafo. :)

P.S. - Pediste-me por favor para aqui vir e escrever um bom comentário, agora assina o cheque e manda por correio :D

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