"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."
(E.L. Doctorow
)

"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."
(Nathaniel Hawthorne
)

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Para que serve a memória? E a História?



Jacques Le Goff disse um dia que “devemos trabalhar de forma a que a memória coletiva sirva para a libertação e não para a servidão dos homens” e eu não podia estar mais de acordo.
Isto é, não só a memória, mas também a História e todo o nosso passado enquanto sociedade nos levam a compreender a nossa origem, coletividade e interdependência. Não há como o negar. É quase como se exigíssemos de um lobo que articulasse palavras ao invés de uivar. Não podemos exigir tal porque vai contra a sua natureza. Os seus antepassados também não o faziam. A memória e o decurso da História funcionam assim. Desse modo, ambas constroem a nossa identidade quer enquanto indivíduos, quer enquanto sociedade. Não podemos esperar que franceses defendam de unhas e dentes os alemães, quando os primeiros sabem, pela História, que entre estes dois povos sempre houve relações conflituosas e quando estas gentes têm na memória os que morreram na guerra a combater uns contra os outros. A História deve funcionar, portanto, para não se repetir erros do passado e para perceber a origem de certos eventos dos dias de hoje. Deve, então, servir para a «libertação» dos homens. E aqui se cruza História e memória e a utilidade de ambas.
Em suma, a memória alimenta-se da História e ambas nos constroem, a nós, ao nosso presente e delineiam o nosso futuro.

Rute Rita Maia, 2 de fevereiro de 2013

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