Apesar de já não escrever neste espaço há bastante tempo, terei de ser breve neste texto. A necessidade de ser sintético não é por falta de assunto para debater, mas sim por recear que o Ministro Miguel Relvas não goste que me alargue demasiado em relação à sua pessoa - bastante modesta, para que conste - e chame a Entidade Reguladora da Comunicação (ERC) para me retificar.
Ora bem, noticiou, ontem, o jornal "Público", baseado nos trabalhos anteriores de "O Crime", que o sr. Ministro tirou uma licenciatura. Ou seja, o braço direito do Primeiro-ministro frequentou o ensino superior, como muita outra gente - incluindo eu, que ainda frequento. No entanto, à semelhança de Sócrates, Relvas tem um percurso académico distinto da grande maioria dos licenciados. Enquanto que para nós, as licenciaturas variam entre três e quatro anos, na sua maioria, para Relvas durou a eternidade de um ano. Devo dizer que me senti um ser completamente banal em termos de inteligência quando comparado ao nosso Ministro, que faz cadeiras correspondentes a seis semestres (três anos).
Qual seleção, qual quê! É Relvas que mostra ao mundo o nosso potencial. Em comparação, Bill Gates é um fraco: enquanto um desiste dos estudos, o nosso compatriota acaba a licenciatura em pouco mais do que o tempo que uma mulher espera para dar à luz. Absolutamente extraordinário!
Aliás, nem sei por que razão o "Público" se deu ao trabalho de apresentar queixa na ERC... Com um Ministro genialmente exemplar, como é Miguel Relvas, apresentar queixa contra o mesmo é como dar um tiro no pé - corajoso e igualmente estúpido. Nunca uma pessoa tão íntegra como Relvas poderia ameaçar alguém. Longe disso, isto foi tudo um engenho, preparado por toda a redação do jornal, para atentar contra a moralidade de alguém que nunca mostrou capacidade para o fazer. Um estratagema vergonhoso, sem dúvida.
Já me estendi demasiado no texto, mas espero que Miguel Relvas e a ERC o aprovem. Por que não haveriam de o fazer, com tanto elogio à sua pessoa?
Fábio André Silva
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