Durante
anos fomos aguerridos, bravos, sem medo do desconhecido, sempre com a fome do
querer ser mais ... mas os Descobrimentos já lá vão.
Passaram
séculos e vimos esta nossa nação ser abalroada com muita política que nos
desgraçou, que nos pôs de rastos mas sempre com a promessa efémera que “era
para o nosso bem e que o mal de agora seria o melhor do amanhã”. Fomos na maré
e lá sofriamos com os abusos que os senhores do poder nos davam, sempre com o “tem
que ser” preparado na boca quando fossemos questionados. Mas algo despoletou o
que tínhamos dentro de nós: a nossa alma que outrora fazia mossa talvez.
Desde
que Pedro Passos Coelho deu a entender ao país as novas medidas de austeridade
que queria implementar parece que o alarme soou nas cabeças dos eternamente indignados. Gerou-se um clima de contestação que passou de desabafos facebokianos
e devaneios públicos para manifestações onde milhares de pessoas mostraram a
sua indignação. Foram mobilizações sem precedentes e que nos fez ver que o povo
desta vez está mesmo pronto a dizer que este tipo de comportamento político não
passará incólume. Com palavras de ordem e cartazes em punho, muitos foram
aqueles que “desfilaram” pelo nosso país fora mostrando que o que se está a
fazer era errado e que não poderia ser mais suavizado pelo povo como mais uma
obrigação a cumprir.
Ao
que parece a “voz” que comanda o país foi ouvida, ao ponto de se procurarem
alternativas para o que foi estipulado (ou seja, a ideia da TSU) ... mas é
óbvio que o povo pede mais, pede o corte da cabeça da serpente, mas aí podemos
ter a certeza que será uma batalha perdida. A história está cheia de exemplos
de “quedas” que não são bem as que queremos ... e se neste caso queremos a
cabeça de Passos Coelho, bem nos pode ser servida a de Paulo Portas em seu
lugar.
É
reconfortante saber que temos uma alma, um povo lutador, uma raça dentro de uma
nação. Soubemos sofrer, soubemos ser tolerantes, mas soubemos também reagir nas
ruas, protestando contra o que estava mal ... o que antes era um “monstro
adormecido” pode ser muito bem o pior pesadelo da nossa democracia. Mas
atenção, não devemos pedir o mundo numa bandeja e ser radicalistas, mas sim
bater o pé como sinal de desconforto, porque ninguém pode ser mais que o povo,
aquele que é soberano para que um país seja um lugar melhor para o presente e o
futuro.
Parabéns
Portugal, afinal o teu poder está bem vivo ...
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