"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."
(E.L. Doctorow
)

"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."
(Nathaniel Hawthorne
)

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Portugal ainda mexe



Durante anos fomos aguerridos, bravos, sem medo do desconhecido, sempre com a fome do querer ser mais ... mas os Descobrimentos já lá vão.

Passaram séculos e vimos esta nossa nação ser abalroada com muita política que nos desgraçou, que nos pôs de rastos mas sempre com a promessa efémera que “era para o nosso bem e que o mal de agora seria o melhor do amanhã”. Fomos na maré e lá sofriamos com os abusos que os senhores do poder nos davam, sempre com o “tem que ser” preparado na boca quando fossemos questionados. Mas algo despoletou o que tínhamos dentro de nós: a nossa alma que outrora fazia mossa talvez.

Desde que Pedro Passos Coelho deu a entender ao país as novas medidas de austeridade que queria implementar parece que o alarme soou nas cabeças dos eternamente indignados. Gerou-se um clima de contestação que passou de desabafos facebokianos e devaneios públicos para manifestações onde milhares de pessoas mostraram a sua indignação. Foram mobilizações sem precedentes e que nos fez ver que o povo desta vez está mesmo pronto a dizer que este tipo de comportamento político não passará incólume. Com palavras de ordem e cartazes em punho, muitos foram aqueles que “desfilaram” pelo nosso país fora mostrando que o que se está a fazer era errado e que não poderia ser mais suavizado pelo povo como mais uma obrigação a cumprir.

Ao que parece a “voz” que comanda o país foi ouvida, ao ponto de se procurarem alternativas para o que foi estipulado (ou seja, a ideia da TSU) ... mas é óbvio que o povo pede mais, pede o corte da cabeça da serpente, mas aí podemos ter a certeza que será uma batalha perdida. A história está cheia de exemplos de “quedas” que não são bem as que queremos ... e se neste caso queremos a cabeça de Passos Coelho, bem nos pode ser servida a de Paulo Portas em seu lugar. 

É reconfortante saber que temos uma alma, um povo lutador, uma raça dentro de uma nação. Soubemos sofrer, soubemos ser tolerantes, mas soubemos também reagir nas ruas, protestando contra o que estava mal ... o que antes era um “monstro adormecido” pode ser muito bem o pior pesadelo da nossa democracia. Mas atenção, não devemos pedir o mundo numa bandeja e ser radicalistas, mas sim bater o pé como sinal de desconforto, porque ninguém pode ser mais que o povo, aquele que é soberano para que um país seja um lugar melhor para o presente e o futuro.

Parabéns Portugal, afinal o teu poder está bem vivo ...

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