Desde os primeiros momentos da
Antiguidade que as diferentes civilizações atribuíram à mulher um papel
bastante específico e praticamente divergente do atribuído ao homem. A mulher
era, portanto, uma posse e não uma pessoa singular; daí eu ter optado por
nomeá-la com inicial minúscula.
Na civilização grega, a mulher
despromovida de qualquer direito político ou jurídico, encontrando-se, assim,
inteiramente submetida à sociedade “liderada” pelos homens. Mesmo a mulher
casada estava confinada às paredes do seu lar. Elas, as mulheres, eram até
retratadas na literatura da época como figuras simpáticas, fiéis, honradas e
bondosas. Na civilização romana, o paradigma era bastante semelhante. A mulher
recebia apenas a instrução básica, já que a sua primordial função era
preparar-se para ser mãe e esposa. Assim, condenadas à submissão e a não terem
voz nem cultura, as mulheres de diferentes civilizações viram a sua autonomia
ser reconhecida tardiamente.
Quero com isto dizer que,
comparativamente ao homem, a mulher foi quem mais viu alterados os seus papéis,
quer no plano familiar, quer no educacional, quer no profissional. O ponto de
partida para se iniciar a palavra mulher com letra maiúscula foi dado na Idade
Média, com a entrada da figura feminina no trabalho não-doméstico. E, ainda que
com algumas restrições, a Mulher começava a ocupar um tímido lugar na sociedade
e na política. Ao longo dos tempos, as transformações foram sendo cada vez mais
profundas, introduzindo não só novos hábitos no quotidiano feminino, mas
também, novas linhas de pensamento um pouco por todo o mundo.
Hoje em dia, já não é assim tão
incomum observar um quadro familiar em que o marido está encarregue das tarefas
domésticas e onde a esposa trabalha fora de casa, conduz ou adquire mais conhecimentos.
Todavia, prevalecem ainda deficiências estruturais, as quais estão na origem de
inadmissíveis desigualdades. Como é o caso da diferença de salários ou no
despedimento de uma trabalhadora grávida. Felizmente, a nossa geração demonstrou
já querer preservar a saudável coexistência dos dois sexos, mesmo com os papéis
trocados e, construírem assim, uma sociedade igualitária.
Concluindo, a alteração da postura
masculina no quotidiano do casal e a conquista da Mulher no mercado do trabalho
foram os maiores passos tomados em direção a uma convivência justa. Pois só
assim se conhece o valor do respeito.
Rute Rita Maia, 1 de outubro de 2012
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