"Writing is a socially acceptable form of schizophrenia."
(E.L. Doctorow
)

"Words - so innocent and powerless as they are, as standing in a dictionary, how potent for good and evil they become in the hands of one who knows how to combine them."
(Nathaniel Hawthorne
)

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

A promessa que te fiz

Olhaste-me nos olhos. Foste sincera.
Mesmo naquele momento em que a minha vida parou fui incapaz de criar palavras ou gestos que te magoassem perante esse olhar que fez tudo para não chorar enquanto as palavras saíam da tua boca. Deixei que o silêncio fosse o meu refúgio.

Era para o teu bem, para te poderes encontrar. "És tudo o que procuro, mas não agora", a frase que gelou o meu mundo e que me tirou as forças. Mas ainda assim, como muitas vezes te sussurrei ao ouvido, eu não estava ali para te fazer sofrer nem para te fazer viver algo que não tivesse como intuito deixar-te feliz. Aceitei cada palavra, para que tivesses o espaço que mereces.

O que ficou foi aquilo que jamais pensamos perder. Um elo de ligação que nos marcou e que nos faz ficar sempre no canto um do outro. Perante mil defeitos meus e virtudes que por vezes soam a falhas a minha promessa para contigo vai manter-se. Nao serei embecilho ao que procuras, sairei do teu caminho se assim o quiseres, tal como te disse naquela tarde perto do rio. Vais para sempre ter contigo algo meu, um pedaço do que sou, porque mereces, porque me marcaste como ninguém. Tens-me contigo de uma maneira que só tu sabes.

Prometo não te falhar, não te fazer chorar e não serei impedimento para a tua felicidade. Para os momentos menos bons eu estarei lá para te limpar as lágrimas, e para as tuas vitórias terás os meus aplausos. Terás sempre a minha mão para te ajudar, apoiar e ser complemento para os triunfos que almejas alcançar. 

Sabes onde me encontrar. Quero que estejas feliz, que encontres o que te deixe feliz e que ele tenha a noção da mulher que sente aquilo que eu adorava ter. Que te mime, que te faça perceber a pessoa especial que és ... No fundo é a prova que há homens com sorte por haver mulheres como tu que olham assim para alguém.

Quem diria que a minha vida podia ter tal presença que me fizesse tremer a cada passo a teu lado, a cada abraço, alento ou cumprimento. És aquela que nunca vou parar de procurar numa multidão.

Conta com a minha promessa meu bem. Vou estar sempre aqui.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

O rapaz que não chora

Ele tinha a sua noção do mundo, as suas crenças e valores bem definidos. Sempre procurou o equilíbrio das coisas, das situações numa busca constante de uma aprendizagem que o fizesse melhorar.

Ao longo dos anos aprendeu que não podia fraquejar, cedo acumulou um peso que não lhe permitia chorar porque a realidade pedia que ele fosse maior que a ocasião, que fosse o exemplo e o estandarte de uma vitória perante o caos.

O mundo e a realidade quase sempre cumpriram o pacto que fizeram com ele: Ele vivia o que eles lhe propunham enquanto que deixavam que o rapaz pudesse equilibradamente aprender com cada situação amealhando amizades, marcas e histórias.
Quase sempre ... havia outros planos. Porque o mundo e a realidade criam por vezes uma noção de segurança e conforto que não existem e tudo o que tu adoras viver amanhã pode já não lá estar para tu contemplares. Criam-se os dias em que já te sentes a perder e ainda nem da cama saiste, em que parece que sprintas em cima de uma passadeira rolante que te leva a nenhures.

Ei-lo, aquele rapaz, com um joelho no chão e sem forças, a contemplar um cenário cinzento de ruínas que outrora foi paisagem que ele amava poder fazer parte. Mas ainda assim não verte uma única lágrima, porque o Mundo fez questão de lhe tirar tal privilégio. Ele não foi moldado para tal acto apesar de todo o seu corpo criar um tremor que ameaça toda a sua mente.

Em vez desse singelo acto que é chorar é proposto que esse rapaz tenha a luta mais complicada: contra si mesmo. Que se reencontre, que ponha de lado as amarguras que o atormenta. É assim que o Mundo apresenta a saída para esse rapaz, continuando a pôr em causa os passos felizes que tinha, para que possa ter mais uma travessia no deserto, a cada noite, cada uma mais complicada que outra. Perde amores, momentos de alegria, sonhos, vontades e sorrisos que trazem memórias, tudo desvanece perante os seus olhos e ao invés ficam imagens de castigo que só a sua mente reproduz, caindo mais um dos seus castelos, pedaços do seu mundo.

A lenda diz que aquele rapaz,  embebido do seu orgulho e apesar de todo o cansaço e destruição, se vai reerguer. Mas como qualquer lenda é preciso saber que a história tem utopias e o herói tem falhas, senão ficará como um mito eterno.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Obrigado 23

O dia 17 de Dezembro traz o momento em que me despeço de mais um ano de vida para abrir a porta de um novo. Digo adeus ao 23º tento na minha existência agradecendo tudo o que me trouxe.

É no "meu" dia que faço questão de olhar para o que fiz. Olho para o que vivi e não tenho dúvidas que aprendi, venci, quebrei ... Enfim vivi.

Foi ano de uma nova "família" profissional, de momentos de graça em espaço sério, de múltiplas fotos, brindes e momentos espontâneos que geraram gargalhadas. Fui "miúdo" entre mulheres, menino entre os mais experientes, mas ciente que deixei uma marca que muitos apreciam e respeitam à sua maneira, sabendo da boa disposição que vem daqui. Aprendemos com os momentos mais complicados e tentaremos fazer deles exemplo para fortalecer uma equipa que tem tanto de excêntrica como de divertida e capaz.

Com 23 anos puxei por mim. Corri, voltei a correr e decidi não parar até criar o melhor desafio. Partilhei rotas, conversas entre amigos e querelas para o meu corpo poder combater e se sentir melhor. Senti manhãs e tardes de sol, chuva, vento ... E dezenas de corridas depois não me arrependo de todas as lições que os trilhos me deram, mesmo aquelas em que a minha mente foi falando comigo para espairecer com o corpo.

Quero acreditar que neste ano eu cresci. Madurei, mas sem nunca perder a personalidade que me define e que faço questão que quem me conhece veja como imagem de marca. Entre gargalhadas, abraços, apertos de coração, chatices e afectos eu fui dando os meus passos, amealhando amizades e, porque não dize-lo, amores.
Ganhei pessoas que sei que vou estimar para o resto da vida, sem nunca esquecendo os "especiais" de sempre na minha cruzada. Por todos eles eu digo obrigado, porque me tocaram. Terão sempre o melhor de mim.

Aceitei desafios, batalhei como nunca e também soube o que é perder. Podia embelezar a situação e dizer que aceitei sem problema mas o orgulho é hirto em mim e sei que só devagar vou deixando um sorriso puxado e dizer que está tudo bem. Defeitos que não saem, nem devem sair.

Basicamente fiz e tive de tudo nesta etapa dos 23. O filme que o 24º vai trazer não me preocupa, até porque tem tudo para trazer um bom complot para um actor que nunca muda de personagem.



domingo, 13 de dezembro de 2015

Apetece-me

Apetece-me tudo, mas o momento dá-me quase nada.

Apetece-me ser dono dos mundos que me tocam, mas a minha força não aguenta tamanhos exércitos.

Apetece-me ser rochedo, mas as ondas corroem a impunidade que outrora tinha.

Apetece-me ser resposta, mas as perguntas continuam a mudar.

Apetece-me ser egocêntrico, mas os meus valores não permitem tal vaidade.

Apetece-me ter-te comigo, mas sei que é sonho de coração insano.

Apetece-me gritar, mas as palavras podem não ser as mais correctas.

Apetece-me ser irrepreensível, mas os meus defeitos estão bem patentes.

Apetece-me ser especial, mas é luxo que por vezes nos foge.

Apetece-me ser exemplo, mas o cansaço mostra que pode não ser esse o modelo a seguir.

Apetece-me ser maior, mas a fadiga em mim demonstra que há limites.

Apetece-me fechar os olhos e descansar, mas a minha mente tem outros planos e filmes para me mostrar.

Simplesmente apetece-me ...

domingo, 22 de novembro de 2015

The path we walk on

Be free, be random.

Be the personafication of your feelings.
Be able to make friends and allow wars for you to win, but don't forget to learn from the ones you lose. Love, hate, debate, show your colours to the world that you call yours.

Make sure that your attitude is loud in every step of your way, because its a symbol of what you are.

Suit up, dress up, grab your clothes and show the world that "style" is only a word to describe your way of life.

Leave your mark in every place, in every person you meet along the way. A smile, a gesture, an action, a picture ... You chose your souvenir.

Try to make the most of every day, of every step. You will cry and laught, you will regret your decisions, sacrifice yourself sometimes and make mistakes ... Because you are human.

Don't be afraid to live your life. They say that the path we have is already created and its waiting for us to cross it ... Well, make it one hell of a ride.

domingo, 15 de novembro de 2015

"Teremos sempre Paris"

Podia ter sido como uma outra qualquer noite em Paris, mas não foi.

Foi noite de 13, serão onde foi sentido da pior maneira um jogo no Stade de France, onde as ruas e restaurantes parisienses não foram locais seguros e quando o Bataclan teve o seu espectáculo mais horrendo em exibição.

Foi noite negra, inglória e pouco digna para uma sociedade que se afirma civilizada. Foi momento de morte, de perda, de passagem de uma mensagem que em nada honra a paz que tentamos sustentar. Foi noite de instaurar o medo, mesmo que isso envolva a própria vida de quem a perpétua como justificação para os seus actos. E pensar que fomos "Charlie" à tão pouco tempo ... Paris parece marcada e não é só pela sua beleza.

O que pensar depois dessa intragável noite? Que não estamos seguros? Que os responsáveis são facilmente identificáveis e que estão a entrar pelo nosso país sem contestação? Que é tempo de ripostar mesmo que envolva mais mortes?

É um gesto bonito o da condolência, o do sentimentalismo que uma simples acção como ter a bandeira francesa no Facebook e o partilhar de opiniões fundindo tudo isso com as informações que os media nos trazem. Se resolve algo, isso não é certo, mas são movimentos. O Estado Islâmico foi prontório e assumiu o golpe. É nestes casos que a humanidade espera que a resposta seja o mais eficaz possível, mas no fundo isso é apenas um dos objectivos.

O mais importante agora é "reaver" a beleza que Paris representa. Apagar o mais rapidamente a imagem de terror que a última sexta trouxe. Com a medida certa procurar os responsáveis, mas ao mesmo tempo devolver a magia a um local assolado, como muitos outros que sofrem pelo Mundo com estes atentados.

Queremos a bela Paris de volta com o seu encanto.
#PrayforParis

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Contigo, para dar certo

Eram dois, cada um no seu mundo.
Viviam paralelos entre os murmúrios, fantasias ou desejos que queriam para a sua vida.

Não havia razão aparente para que os seus mundos se cruzassem, mas a vida tem aquele condão de encruzilhar aqueles que nunca se tocaram.

Palavras trocadas, elogios sinceros e um encontro que mudou o panorama. As horas tornaram-se curtas entre tantas palavras, histórias, risos e promessas. A efemeridade de uma tarde imortalizada num dia que por eles não acabaria. Ele, encantado pelo conforto que ela lhe trazia; ela incrédula com o modo de ser que ele ostentava.

Teve demasiado sabor para ficar por ali. Seguiram-se encontros fugazes, fugidas sem pensar e o cimentar de um sentimento com o qual ambos vivem com toda a ânsia de querer ainda mais.

Ela está lá para ele, como ele lhe prometeu que fará de tudo para que ela esteja feliz. Porque nos olhos dela está a garantia que fará tudo para dar certo e nos dele está a certeza que quer ser aquele que a torna completa estando sempre lá para ela.

O trilho será desbravado por ambos, com os passos que juntos definirão como os mais certos. O caminho, esse vão percorre-lo de mão dada, conquistando e querendo ainda mais do que aí vem para ver, porque dos dois mundos que existiam eles fazem questão de criar um novo, aquele que os une ... para que tudo dê certo.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Prostituição Política

É escandaloso e inacreditável o estado em que está a política em Portugal. Após umas eleições que em nada resolveram por si só o rumo a seguir eis que começa uma fase de enamoramento efémero paralelo entre o PaF e BE/CDU pelo PS de António Costa. Juras de amor que os telejornais e media em geral seguem com atenção.

O PS neste momento nada mais é do que uma call girl que tem o poder de dar a uma das forças políticas interessadas o que elas mais desejam: mandar no país.
Se por um lado o PaF "abana" com gentilezas e palavras bonitas como se estivesse acompanhado de um bonito fato e soundtrack de Marvin Gaye, do outro está o BE e a CDU, com um ar mais revolucionário, de vestimenta mais casual, que prometem uma experiência diferente, mais "wild" e com momentos nunca antes experimentados pelo PS, como uma maçã nunca antes trincada.

E no meio disto tudo o que pensa a nossa call girl? Aparentemente nada. Depois de ter falhado redondamente nas eleições saboreia, entre "encontros" com as duas partes, o sabor de algum poder e controlo, ainda que fictício, porque afinal de contas eles não são o que querem sem o PS alinhar na brincadeira.

Chegamos ao ponto de Costa, alguém que não foi capaz de ter a estratégia para ganhar "sozinho" e agora nem é consensual no seu partido, ter nas mãos o rumo que Portugal vai ter. Prestes a vender-se a quem o seduzir melhor ... Uma imagem à qual Portugal não se vai descolar tão cedo.

Aguardamos assim a resposta para saber qual a varanda que Costa escolhe. Aquela onde está um Portas atrás de Passos pouco contente com o abanar da carruagem ou aquela onde Catarina e Jerónimo têm uma Mariana Mortágua, trunfo sempre tão apetecível.

Para terminar, e sem nunca perder o tino à analogia escolhida, vamos ver até que ponto é p*** cara ...

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Ei-lo, Marcelo

Agora que um "duelo" terminou eis que outro começa. Mas o mais importante de toda a eleição presidencial que ai vem aconteceu hoje: O "tal" candidato que podia não ser, acaba de anunciar que vai a votos para o maior cargo da nossa democracia.

Marcelo Rebelo de Sousa afastou todas as nuvens de dúvida e uma noite depois das legislativas confirma que é candidato a Presidente da República.
É o carimbo, para muitos é o tiro de início para as Presidencias. O lobo astuto saiu da toca, veremos quem vem para o terreno tentar a sorte.

O que significa? Os experts dizem que é quase como aquela equipa de super estrelas que joga de olhos fechados e que vence finais como se nada fosse, venha quem vier. No mundo político Marcelo surge como o "pistoleiro" mais capaz perante os "top guns" que são Novoa, Rui Rio ou Maria de Belém.
Vitória cantada dizem uns, uma possibilidade única para vencer a figura mais forte pensarão certamente os candidatos que irão a votos também.

Ontem foi noite de PaF, Costa e Catarina (já para não falar dos eleitores Sócrates e Salgado) e muita tinta ainda vai correr, mas este avanço de Marcelo vai andar paralelamente nas notícias porque afinal de contas este anúncio era há muito esperado no mundo da política.

Marcelo já ai está e parece ter a vitória segura ... Será que vem outro candidato apto a ombrear com o Professor?

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Uma questão de gases

Esta semana descobrimos que há escândalo no mundo automóvel. Ao que parece há marcas a largar gases sem o conceito e a tarimba permitidas. E toda a gente sabe que até para largar gases é preciso noção ...

A Volkswagen admitiu que os carros a gasóleo da marca estavam a enganar os reguladores quanto às verdadeiras emissões de gases poluentes, pedindo desculpa pelo sucedido. Obviamente sofreu consequência sobre o incidente sendo alvo de sanções e quebras nos lucros.

Basicamente a Volkswagen é como aquele miúdo na escola que copiou mas a professora deu conta. Pediu desculpa para não ficar mal, resta apenas saber se foi por ter copiado ou por ter sido apanhado.

Ao que parece isto não fica por aqui visto que BMW e SEAT também já foram visadas pela mesma entidade reguladora. Isto com gases já se sabe, as vezes chega a ser contagioso e todos pensam que podem larga-los à vontade.

"Martin Winterkorn, que abandonou quinta-feira a liderança da Volkswagen, terá direito, no mínimo, a uma pensão de 28,57 milhões de euros. Mas ainda pode receber mais 3,2 milhões de indemnização." A prova que certos gases mal dados valem milhões ...

Para terminar apenas dizer que um dos directores da Porsche vai comandar a marca alemã e isto revela intenção de poder. Agora a Volkswagen vai poder deitar gases, mas como se tivesse alta cilindrada.




domingo, 13 de setembro de 2015

Pedaços

Gostei de acordar contigo, com a tua voz. Aprimorou a manhã porque rapidamente passei a sorrir ainda ensonado do que com o alarme pouco auspicioso estridente de todos os dias. Acompanhas-me, ainda que de longe, da maneira mais natural e pessoal que tens, tal como eu gosto em ti.
Não vejo fim ao que temos, não quero tal imagem porque por muito 'feio' que possa ser espero poder embelezar a tua vida e torna-la especial como fazes com a minha.

Tu mudaste as coisas comigo. 
És a única mulher que me faz ter de repensar tudo o que digo para que saia bem, não te magoe e que te deixe contente.  Não porque tu mo peças, mas porque mereces que alguém o faça por ti. Eu vou estar aqui para todos os momentos que quiseres partilhar, alegrias ou tristezas, se precisares de descarregar sabes onde estou... Obrigado mesmo por seres quem és no meu mundo e acredita que me fazes bem. Só espero ter o mesmo efeito em ti.

Ainda não entendi bem como isto começou, mas sinceramente é o que menos importa agora. Aquilo que és, que demonstras e esse teu sorriso que me render no momento faz com que eu tenha a certeza que te quero na minha vida, de preferência mais perto do que "longe". Nunca te vou dizer não. Nunca vou querer falhar nada do que temos. Do sorriso à discussão, do beijo de despedida ao silêncio de quem não quer falar por amuo efémero prometo estar aqui. Já vivemos muita coisa, como uma montanha russa bem recheada de loops, mas seguimos viagem porque as emoções não devem parar.

Por todos estes pedaços, momentos da nossa vida, é que tenho a certeza que podes contar comigo para que estejas feliz. Acredita em mim.


domingo, 16 de agosto de 2015

As saudades que eu já tinha ...

Eis que termina a primeira jornada para os grandes do futebol português. Está de volta todo o espectáculo, todo o burburinho, toda a polémica, toda a emoção.

Num início de ano que teve direito a SMS só para dar o gosto se notório que o campeonato fazia falta. Este fim de semana era ver as pessoas nos shoppings à procura de uma TV, os cafés já começam a render com os treinadores de bancada aos berros enquanto enfardam minis e acompanhamentos e as mulheres já têm que aturar aqueles que têm os canais em casa e berram para o televisor.

E claro voltam os entendidos na matéria. Não aqueles que aparecem na TV mas aqueles que estão à frente dela e dizem as opiniões para o mundo. É nessa altura que percebes que há demasiada gente bipolar no país.
"Aboubakar, que cepo, estamos tramados hoje ... (marca dois golos) ... O rapaz tem estaleca, vamos longe assim"; " Que tristeza, tanta coisa na supertaça e jogamos mal contra um Tondela (marca no último minuto) Ninguém nos para este ano, Jesus vai virar cabeças"; "Este Rui Vitória é uma vergonha! (Vencem por 4-0). Contem connosco, os bi campeões, e aquele Semedo é craque e o grego também" ... O que era o futebol sem isto??

Ainda agora abrimos o livro e já podíamos falar de tanto ... mas vamos dar tempo ao tempo.
Mais um luxuoso Porto, um Jesus agitador no Sporting e um Rui à procura de vitórias e glória no Benfica. Tudo para dar um grande campeonato!!!

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Cartazes e "politiquices" alheias

Não há como enganar, a política está a atacar em força neste final de Verão. E como? Esbarrando no ridículo e no bacoco, como não podia deixar de ser.

Somos país de originalidade, de criatividade, de gente moderna, de onde saíram individualidades e ideias vanguardistas para o Mundo. E como é que as nossas maiores forças políticas mostram tudo isso? Usando imagens indevidamente ou recorrendo a base de imagens que vão desde o azeite às próteses dentárias para promover política. Pumba!!!


Isto é tanto divertido como problemático. O futuro do nosso país está entregue a pessoas que mal conseguem gerir o departamento de marketing para uma campanha. Sim, eu sei que numa das partes está um dos políticos mais sexys do planeta, mas é coisa para não pesar tanto a não ser que uma pessoa do departamento se lembrar de o pôr na capa da Men's Health. Aí as coisas complicam-se ...(depois digam que não vos avisei).

A política está a atingir um nível preocupante. Em pouco tempo paramos de ver e debater candidatos e ideias para os ver ridicularizar os seus modos de propaganda. Como se já não bastasse que os barcos de ambas as partes abanassem como pretendentes a Presidente da República o modo como se expõem ao portugueses em nada abonam para a credibilidade. Passamos tempos difíceis, de sacrifício constante. Estas querelas de cartazes e imagens são "peaners" perante a realidade que se vive.
Este jogo de fumo e cortinas escondem uma falta de frontalidade e de viabilidade para os anos que aí se aproximam ... mas se calhar é só uma loucura minha este pensamento.


Não podia falar de política actual e de forrobodó sem falar de Donald Trump. Não dava, tinha mesmo que falar dele. No mundo da política há os "clows" pobres e aqueles com dinheiro. Trump é claramente o segundo exemplo. O homem tem a possibilidade de dizer as maiores barbaridades até mesmo contra o seu partido porque nada o vai afectar. Na sua pior semana (a "semana negra") não perdeu apoio, parece inatingível. Ele próprio já confessou que se o seu partido não o apoiar irá sem problema surgir como independente para Presidente dos EUA.
O dinheiro trouxe-lhe sucesso, empresas, iates e poder. Resta saber se depois de tanto tiro nos pés também lhe dá a presidência.


quinta-feira, 16 de julho de 2015

Maxi: o virar do tabuleiro


É mais uma novela que acaba: Maxi Pereira é jogador do FC Porto.

As imagens do uruguaio a chegar à concentração azul e branca na Holanda selaram qualquer dúvida. Eis que soa o alarme, o free pass para que as redes sociais emergissem com o seu livre arbítrio no uso da palavra. Este caso, ou não envolvesse dois crónicos rivais como FC Porto e SL Benfica, deixa muito para comentar visto que uns ganham um lateral que não trazia grandes amores e outros perdem uma figura que tinha 8 anos de casa e que era como um símbolo da alma da sua agora ex equipa.

O futebol traz sempre esta magia. Como dizem os ingleses "the tables have turned".
Os portistas recebem Maxi, outrora visto como alguém detestável, agressivo em demasia e "caceteiro" e passam a idolatra-lo com muitos a afirmar que agora vai mostrar a tal raça que tinha mas no dragão e sendo o dono do lado direito da defesa (ainda que não seja totalmente concensual); O Benfica que tinha em Maxi uma peça fundamental, um intocável em quem confiavam vê o uruguaio transformar-se num Judas, em alguém que facilmente esqueceu 8 anos de entrega para apenas pensar no dinheiro mesmo que isso significasse assinar por um rival.
Honras, azias e retratamentos ... foi isto que Maxi trouxe a duas nações do nosso futebol.


Como portista acho que Maxi é uma solução para um problema que emergiu. A saída de Danilo pedia alguém que pegasse de estaca no lugar vago e Maxi com a sua experiência (não falo na sua idade porque parece-se demasiado subjectivo) garante qualidade e noção do que a posição pede dele. Fui dos muitos apontar defeitos a Maxi e brinquei com o facto de a sua agressividade soar passiva ao olhos de alguns árbitros (esta é a maneira mais suave que tenho para não dizer que às vezes só dava porrada) mas acredito que ao ingressar no Porto ele possa ter uma lição do que é ser jogador desta casa. 

A raça está lá, tem de ser controlada de modo a que perceba que aqui também pode ser uma mais valia e convencer os cépticos que não o queriam desde o dia em que a sua chegada era apenas uma hipótese de mercado.
Este ano está muito em causa, a competência de um clube, a qualidade de uma equipa que ficou a seco no ano passado. Estou-me nas tintas de onde veio Maxi, o que todos os portistas querem é que ele dê tudo por esta camisola e que singre com o "2" de um outrora Jorge Costa e de um Danilo que mostrou que mesmo quem vem de fora pode sentir o Porto.


Para mim este é um capitulo fechado. Se outrora tivemos uma "maça podre" não é por ter um suposto "Judas" na equipa que Pinto da Costa irá dormir pior.






domingo, 5 de julho de 2015

Oxi: o tiro que abana a Europa

Eis que chegou o dia em que o povo grego teve a palavra. Depois de dias conturbados e cheios de dúvidas, suspense e a privação de poder ter a liberdade de ter o seu próprio dinheiro os gregos deram um redondo "não" ao que a Europa quis que a Grécia se sujeitasse.

Há uns tempos atrás escrevi que o Syriza era como David contra Golias. Pois bem, um povo sem nada a perder usou o seu poder para ser a fisga e a pedra que atingiu o gigante. Fartou-se de acordos adiados, de pressões constantes e de sufocos económicos.
Todos falaram da Grécia, inclusive nós e os mercados, esperando que o "bom senso" imperasse na decisão, mas como em tudo na vida, o bom senso depende de quem o sente.

E agora? Pois bem é tempo de voltar às negociações com Tsipras a poder dizer "o povo grego falou". É a altura para perceber se se abre um precedente e se abre a porta de saída da Grécia ou se a mão se estende para um acordo salvando a Zona Euro.

Apesar de muita coisa negativa que isto acarreta, não podemos deixar de louvar a coragem de um povo perante a adversidade. É certo que parece um lavar de mãos como Pilates recusando-se a pagar a dívida, mas pergunto: então e Portugal, que está a ser um bom menino, não tem vantagens? Decerto não é preciso relembrar que nos estamos a seguir na lista.

Amanhã é mais um dia do resto da vida da Grécia, mas hoje acredito que lhes sabe a momento vitorioso.

domingo, 28 de junho de 2015

Escrever, a pausa de uma vida

Não é de agora que existe a necessidade em mim de escrever. Acredito que é algo que nasceu comigo. E como tudo o que nasce, tem a necessidade de crescer.

Dou por mim, em viagens ou em momentos mortos de vivência social a "escrever" mentalmente, criando as histórias que a minha mente vai divagando entre frases soltas e humores frios ou jucosos. Há pouco mais do que um ano fui desafiado a criar algo mais coeso, mais preso a uma linha de história e com um carácter mais sério.
Foi prontório o meu sim. Nada melhor do que um desafio que te fará repensar e melhorar num hobbie que faz bem ao que tu és. 


Para mim escrever é aquele momento de paragem completa. O mundo em redor encrava no "STOP" e fica só eu e a minha mente, recheada de ideias pixalizadas e pronta a assumir o controlo da escrita. Quando se escreve, seja sobre gregos, troianos, bancos, futebóis, amores perdidos ou até mesmo quando é a cabeça que cria a história é importante ser o mais meticuloso possível. A escrita pode ser o nosso cunho, as nossas palavras serão as melhores armas, as mesmas que tem tudo para criar as melhores memórias. Mas acima de tudo pode ser o nosso escape, o ápice onde és rei num mundo intocável por outros. Não há problemas nem stresses de maior importância ... importa aquilo que sempre te acompanha, a consciência que te torna único.

Confesso que o projecto é quase como uma peregrinação. Nunca pensei que uma história que tão brilhantemente viaja na nossa cabeça nos consegue deixar sozinhos e sem capacidade de a conseguir transmitir em palavras. Escrevi freneticamente, tirei tempo sabático sem ler uma única letra do que fiz e entre tempos lá abria o ficheiro para saber o que um outrora lunático tinha por lá deixado. Acredito que um verdadeiro escritor saboreie muito isto no seu processo de criação, num momento em que me arrisco em tentar ser como um deles.

Apesar de já ter o fim planeado a viagem parece longe de estar terminada. Aprendi que por vezes o segredo está mesmo na viagem, aquela que me foi desafiada. Talvez um dia eu termine o "livro" e o lance para o mundo ver. O resultado pode não ser para o público aplaudir e fazer lembrar o seu autor, mas deu para o rapaz evoluir. 

O caminho da escrita faz-se sozinho, porque se for preciso as palavras ocupam o lugar do passageiro.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

You found me ...

O amor encontra-se nos sítios mais inesperados, já diz aquela frase que serve para o derradeiro clichê.

Desafiamos a timidez, trocamos os olhares casuais por aqueles que mais gostamos de apreciar, os directos, um para o outro para contemplar e criar o melhor momento do nosso dia. Não foram precisos jogos, o tempo criou tudo o que era necessário.
Foste tu que me "encontraste", mas eu ter-te descoberto na minha vida foi fundamental.

Contigo sou feliz, sinto-me com toda a energia para que sorrias sempre. Sou teu, como imaginaste, sem medos, ânsias ou arrependimentos. Prometi-te ser eu mesmo e verdadeiro ... Sabes que não te falharei.
Ao teu lado não sinto pressão, procuro sempre esse teu olhar e humor irónico, estou cá para o alimentar e ajudar a que vas dormir contente com o " rapazola" que tens contigo.

Sei que prometemos não falar do futuro e eu aceito. É preferível assim, vamos viver e tirar o melhor de cada dia. Estarei sempre aqui princesa, para os bons e para os menos bons momentos que teremos ... O futuro iremos vive-lo de mãos dadas.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Voos TAP(ados)

Frank Sinatra cantava "come fly with me" ... pois bem, se estivesse vivo e agora escolhesse a TAP já não teria tanta certeza da ideia ...
Continua a greve dos pilotos da TAP fazendo com que os aeroportos tenham quase gente nos seus corredores como o Continente e o Pingo Doce tiveram no dia 1 de Maio.

Apesar da companhia aérea afirmar que está a garantir 70% dos voos previstos, o que é certo é que as filas de espera não ficam mais pequenas e cada vez mais pessoas vai perdendo tempo e dinheiro aguardando um voo que pode não chegar tão cedo. 

A paralisação de 10 dias tentou ser travada a todo o custo por estar em causa "danos incalculáveis". Negociações entre o Sindicato dos pilotos não definiu um melhor cenário e nem com o Governo a intervir as coisas mudaram. Esta última parte também não surpreende muito, algo a correr bem com o Governo a ter o seu toque seria esquisito ...

Mesmo com a DECO a apelidar de "ilegal" a decisão da TAP de não reembolsar os passageiros não fez com que esta paralisação ocorresse. Estamos perante uma situação delicada, sem dúvida. Começamos a ter a noção que há determinados braços de ferro que as altas entidades não são capazes de vencer e deixa em cheque quem está na frente dos efeitos secundários. Há uma injustiça que reina porque quem compra um bilhete seja para uma viagem de recriação pessoal ou que depende da mesma para efeitos profissionais não tem culpa de incidências e problemas que os pilotos possam ter ... tal e qual como uma greve nos transportes públicos o meio termo existe e fica incompreensível no panorama geral.

Não consigo bem imaginar o que sentem as pessoas nos aeroportos, mas posso imaginar tendo em conta a minha experiência em estar em greves dos transportes públicos.
"Dia 3.
Continuo a olhar para o quadro de voos. Ainda aparece muito a palavra suprimido. Que treta!
Já estou a ficar farto de comer aquilo que tem nas máquinas e o senhor que dorme na cadeira ao lado já cheira a catinga e a pouca higiene pessoal. Será assim tão complicado um voo para Milão? Era menino para tentar pilotar aquilo ... já joguei na consola e é coisa para aprender na boa.
Olha, mais um voo suprimido, agora para a Madeira. Nem perdem muito, aquilo sem o Jardim também já perdeu a sua piada.
Espera, há alguma azáfama! Está a passar um piloto! Loucura!! Ah, espera, não afinal veio só buscar o carro ao estacionamento para levar as assistentes de bordo ... É continuar a esperar. Já não tenho bateria no telemóvel, sempre que tento chegar a uma tomada é inútil porque só há nos balcões de informações que mais parecem um remake do "Hunger Games" ou nos cafés que estão cheios de pessoas que procuram um sitio mais confortável para aguardar pelo voo.

Tenho mais 7 dias pela frente e curiosamente tenho cada vez menos gente ao meu redor. Não porque já tenham apanhado o seu voo, mas porque acredito piamente que uns andam a comer outros mais fracos ... aposto que até já nasceram bebés com esta greve.
Rezem por mim".

terça-feira, 7 de abril de 2015

Quénia: Quando o mal condena o futuro

Uma tragédia é sempre condenável, seja em que parte do mundo aconteça.
Imperdoável é quando o fanatismo cria um terror de tal modo doentio que afecta o futuro de um país.

O Quénia foi alvo de um atentado atroz quando homens armados entraram numa residência universitária e tiraram a vida a 147 pessoas, que não fizeram nada de errado para merecer tal castigo.
O grupo terrorista tinha ameaçado retaliar contra o Quénia após o país ter enviado tropas para a Somália e este foi o modo que acharam "melhor". Foram 13 horas de sofrimento para os sobreviventes que escaparam ao massacre proveniente de um fanatismo doente.
Estudantes, o futuro de um país que foi eliminado sem ter culpa ou responsabilidade dos erros alheios.

Talvez por ser num país de terceiro mundo o impacto do incidente não foi tao alargado para manifestações, declarações de altos mandatários de poder ... Mas mais do que nunca é preciso olhar para o Mundo para que se proteja quem não tem armas e para que se impeça que estas forças terroristas de ganhar poder instalando o medo nestes pequenos e pobres países.

Tal como noutra altura muitos foram Charlie, seria bom olharmos para o Quénia e sermos parte de uma onda solidária para com um país que perdeu parte do seu futuro numa trágica tarde. #147NotJustaNumber

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Até Sempre Manoel

Manoel de Oliveira era um génio incompreendido e não consensual, como aliás todos os génios são.



Era um visionário, que via o seu mundo espelhado nas obras criadas, onde o auditório tinha a chance de o poder viver com os seus olhos.

Foi um marco na história tanto no cinema como na vida. Foram 106 anos de vivência recheados de histórias e no cinema é nome imperial e inesquecível para os amantes da arte. Figura de proa que merece todo o nosso respeito.

Desde "Aniki Bobó" até ao "Velho do Restelo" Manoel foi igual a si mesmo, pouco importado com a crítica. A realização era o seu espaço e era com ele que recriava o que a sua fértil mente lhe proporcionava como ideias.

A igreja do Cristo Rei foi pequena para toda a homenagem que este homem mereceu. Figuras de proa mostraram o seu respeito. Rosas brancas e aplausos acompanharam Manoel na sua última viagem entre nós, a derradeira fita que este realizador criou.

"O cinema não morreu com Manoel de Oliveira, mas Manoel de Oliveira era único e o cinema não será o mesmo sem ele", afirmou John Malkovitch no final do funeral.

Manoel de Oliveira era a personificação da juventude eterna, da mente que não sabe quando parar.
Obrigado Manoel. Descanse em paz.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Dúvida

Gostava de saber o que não fiz, os degraus que não caminhei para que pudesse chegar a ti.

Pergunto-me se não sou realmente capaz de me fazer ver nos teus olhos, se aquilo que eu faço para ver o teu sorriso é algo efémero e sem significado.

Preciso de perceber se todas as batalhas que travei valem algo para ti, se aquilo que construí como pessoa e como homem fazem com que seja merecedor da tua atenção, do teu carinho para comigo.

Sinto-me incompleto, com algumas nuances de quem está prestes a desistir. Mas mesmo neste momento inquietante eu não consigo parar. Irreflectidamente o meu coração une-se com a minha consciência e perante tanto silêncio e alguns "nãos" que doeram recusam-se a dar-se por vencidos, acreditando num resultado mais risonho no fim. 

Teimosia ou loucura. Ainda não decidi bem o que é realmente. O que sei é que quero continuar a lutar por ti.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Também quero ser candidato!

Em Portugal já nos deixamos de preocupar com a Grécia. Isso já são águas passadas meus amigos, agora o que está na moda é ser candidato à Presidência da República nas eleições ... de 2016.

Exactamente, estamos extremamente preocupados com um momento em que possivelmente metade de nós nem sequer vai participar e que só acontece daqui a um ano. É como um festival de verão num momento em que se está a criar o cartaz ...

A um ano das votações os candidatos são tantos quantos aqueles jogadores que no verão os jornais dizem que vêem para o Benfica. Desde Guterres que está a pensar se quer mandar num país ou no Mundo, a Marcelo Rebelo de Sousa que ainda não acordou decidido, Rui Rio que não faz as coisas por menos e ataca logo o trono maior ou até mesmo Sampaio da Póvoa que já foi reitor e é menino para aguentar estas praxes.
No total já foram avançados 23 nomes, entre eles estão presidiários (Sócrates) e pessoas que deviam estar presas (Paulo Portas e Alberto João Jardim). Depois há aqueles como Louça, Manuela Ferreira Leite e o "eterno" Santana Lopes ... luta política não é o mesmo sem Santana Lopes, a noite de Lisboa ficaria a perder.


Num momento em que são disparados nomes com uma facilidade tremenda fico realmente a pensar se não há lugar para mim na política. Sim, eu sei que há aquela coisa dos "requisitos" e "coiso", mas analisando bem o que é ser Presidente da República todos nós entraríamos na corrida perante a prestação que Cavaco Silva teve. Eu fiz mais política a dormir do que Cavaco durante o seu momento de Presidente e se o que ele quer é alguém com conhecimentos de política externa tem milhares de licenciados sem empregos aptos a ficarem com o dele com todo o agrado.

Se ser Presidente envolve ficar vários meses sem falar sobre assuntos importantes, desviar-me de todas as atenções mesmo quando viaja em promoção do nosso país, armar confusão e desmaiar em momentos de exposição pública eu apresento a minha candidatura. Não tem nada que saber e é coisa para fazer um brilharete. "Ah e tal tinhas de ter algum peso na política..." Para esses argumento digo dois nomes: Marinho Pinto.

Sim, eu sei que todos já sentem a electrizante corrida ao lugar de Cavaco Silva. Quase nem dá para pregar olho a tentar adivinhar quem vai entrar nesta convocatória digna de Selecção Nacional onde não faltam Postigas, Patrícios e um ou outro Eliseu.

sábado, 7 de março de 2015

Mulher

Ser mulher é ser algo único.

É aquele poço de força que teima em não esgotar;
É o motivo de noites mal dormidas pelos homens que as amam, mas sem nunca as conseguir odiar;
É beleza contagiante e emoção em estado puro;
É guerra e paz num ápice;
É expressionismo que nos faz parar e vibrar, é abstraccionismo que nos faz pensar;
É misticismo que faz crescer a curiosidade;
É ser rainha do seu mundo mas princesa no mundo dos outros;
É criar magia com apenas um olhar e roubar o momento com um simples toque;

Não há palavras suficientes que descrevam na perfeição o que é ser mulher. Perante tal incapacidade literária resta-nos a nós homens simplesmente deixar que elas espalhem o seu charme no mundo que nos cria inquietação e nos faz querer que elas sejam parte da nossa vida.

terça-feira, 3 de março de 2015

Ganhar

I am gonna show you how great I am" - Muhammad Ali

Ganhar nunca é apenas ganhar. 
Na vida, perante tamanhos obstáculos, todos nós nos deparamos com os nossos momentos de ascensão, quando nos sentimos os melhores do mundo. Aqueles pedaços da nossa história, do nosso legado, que nos vão tornar imortais, mesmo que não seja aos olhos dos outros.


Ganhar faz parte do desafio e é aquilo que nos move. Queremos ser sempre mais, melhores e capazes ... moldamos a nossa vida para que isso seja a nossa meta. Ao pouco traçamos objectivos, "monstros" que vamos encontrando e derrotando muitas vezes vestindo o papel de David contra Golias. Desafiamos medos, dúvidas e tremores para que no fim olhemos com orgulho para mais um momento vitorioso que iremos guardar na memória.

Seja o momento em que te licencias, o momento em que tiras a carta, o momento em que atinges o topo profissionalmente, o instante em que ouves aquele elogio que te tira o chão, aquele segundo que te congela quando ela te diz que sim ou até simplesmente numa noite fria em que vences um jogo com os teus amigos ... tudo isto são vitórias, são momentos teus.

Uns não sentem o orgulho de uma simples vitória, limitam-se a riscar como uma tarefa concluída com sucesso e olham em frente; outros vivem-na intensamente mesmo que seja só em pensamento porque sabem o quanto a sua consciência iria sofrer em caso de derrota.

O que verdadeiramente falta no mundo é que as festejes. Que sintas a sua importância. A sociedade não está habituada a grandes vitórias, e se te esqueceres das tuas pequenas vitórias e conquistas jamais saberás festejar no topo do mundo.

Para os orgulhosos ganhar é a ordem natural das coisas;
Para os cépticos é a prova que afinal há motivos de festejo;
Para os optimistas é razão para mais um sorriso olhando para a vida;
Para os pessimistas é o rasgo que a realidade lhes promove;

E para ti, o que é ganhar?

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Varoufakis: Economia e Sedução

O novo responsável pelas finanças gregas está na primeira linha das notícias pelo seu currículo e pelas suas propostas alternativas à austeridade da Troika, debatendo-se aguerridamente para defender a Grécia de mais abusos. Mas não só pelos vistos. A Grécia já não tem só um ministro de economia, ganhou um sex-symbol. Atenção mediática digna de 007.


Sim, o homem agora já não é só umas das caras fortes do Syriza, é também um sócio que se parece com Bruce Willis e que é louvado por ter um estilo "street" e descontraído ... porque, segundo dizem, não quer ser "one of the boys". Pobre mas sexy segundo os jornais.
“É a primeira vez que vejo um sex symbol na pasta das finanças”, disse Aurélio Gomes, no programa Eixo do Mal. Isabel Moreira, deputada socialista, que escreveu no seu Facebook: “O ministro das finanças grego é sexy, porra”. 

Política e economia? O que é que isso interessa? Desde que o homem espalhe charme as coisas resolvem-se ... Se o objectivo da Grécia passar por seduzir Merkel segundo muitas mulheres os helénicos têm o homem certo para o papel. "My name is fakis, Varoufakis". Yep, está mesmo lá.

A Alemanha e a Grécia chegaram a acordo sobre declaração conjunta, faltando o Eurogrupo validar. Vitória dos gregos, ou devo dizer "nice work Mr. Bond?".

Em jeito de rodapé a última vez que fizemos este tipo de adoçamento a um político demos-lhe um prémio "Sexy Platina" e agora está em Évora. A vida traz-nos destas piadas giras. Fico a espera para saber se Passos Coelho e António Costa (para ganhar votos) começam a aparecer de jeans, sem gravata e a piscar o olho para os jornalistas.

Varoufakis: Professor, cérebro económico, uma das caras do Syriza e agora é o mais recente desejo de muitas mulheres para a capa da Men's Health. 
A política atingiu o seu auge.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Obrigado Jon

Sei que a notícia não é "fresca", mas como um fã do "Daily Show" que sou ainda me custa a acreditar que Jon Stewart irá abandonar o programa. 

Sim, ele já tinha avisado que isto podia acontecer, mas ninguém queria que fosse verdade ... mas eis a confirmação. Praticamente 16 anos depois ele vai deixar a cadeira onde confrontou personalidades fortes, fez rir altos chefes de estado, entrevistou monstruosidades humanas (muitas com histórias de vida incríveis) e divertiu-nos em todos esses processos. 

Jon Stewart liderava um noticiário daqueles que adoraríamos que fosse verdade em todos os canais. Notícias bem temperadas com humor, com a dose certa para que pudéssemos saborear o quanto ridículo algumas conseguem ser. Fez isso durante anos a fio, sem nunca nos aborrecer.
Falou de tudo, entre tragédias e ideais passando por eleições que paravam o país. Tudo era alvo de sátira, como era apanágio no programa. 

Tenho pena que no nosso país não haja um formato deste género. Sim, eu sei que noutro momento houve um certo grupo de felinos mal cheirosos que criou algo do género nas eleições, mas isso foi sol de pouca dura. Faltam claramente programas de humor no nosso país. Quem sabe um dia não tenhamos o privilégio de ter um "Daily Show" sem que seja cortado por falar de quem não deve ...

Como em todas as despedidas nunca queremos falar do que vem a seguir, neste caso na sucessão de Jon Stewart. O nome não é importante, seja homem ou mulher, desde que saiba continuar o legado deste homem de 52 anos, que começou a carreira como humorista de stand-up em bares e agora é  vencedor de 18 prémios Emmy. 

Agora segundo ele é tempo de estar com a família, mas quem sabe se "Rosewater" não foi o primeiro de mais filmes que Jon Stewart vai dirigir, vendo-o assim noutros palcos.

Obrigado Jon por me teres ensinado a gostar de ver um noticiário que mesmo sem mentir me deixava com um sorriso nos lábios. Obrigado por teres juntado a arte do humor com a realidade que temos.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Políticos de profissão


A Política em Portugal apresenta, nos seus tempos mais modernos, uma peculiaridade face a outros países, por exemplo da Europa, que representa um fator determinante para o estado em que se encontra o país. Os políticos portugueses são formados em tudo, menos em Política. Ora são engenheiros, arquitetos, advogados ou doutores, mas a sua formação em Política? Nem vê-la!
Desenvolver capacidades como a retórica, a interpretação dos mais diversos problemas sociais, etc.., parecem-me questões preponderantes para quem considera chegar ao poder e fazê-lo com a devida competência e eficiência. Pensar no impacto das Relações Internacionais e revisitar as experiências da História e das teorias políticas mais antigas são qualidades, de igual modo, prioritárias para quem nos vai governar. Essa ideia de que um bom político é aquele indivíduo popular lembra-me o tempo em que nos queríamos livrar das políticas e ideias de Salazar e repetimos o erro de acreditar que um salvador da pátria (neste caso, Humberto Delgado) nos viria trazer a boa nova e com ela a boa vida; pois, desde o desaparecimento prematuro de D.Sebastião, o povo acredita que um ser com capacidades extraordinárias nos virá tirar das infortunas e conjunturas económicas de mau-carácter em que vivemos mergulhados, criando até, de antemão, uma certa simpatia e afeição por tal ser iluminado sem rosto conhecido. Pena que já lá vão séculos de distância. No entanto, mais do que nunca, os tempos de hoje exigem que o eleitorado comece a tomar as suas decisões com base na formação do indivíduo (pressupondo que esta lhe confere qualidades governativas que poderão beneficiar o país, e não tanto baseando-se em aparições mais ou menos escandalosas em público ou nos detalhes da sua vida pessoal). Mais do que nunca, o político deve ser o exemplo maior de formação profissional do país (pois se é para discutir assuntos do interesse público, então que saiba do que está a falar...). Não há que ter medo da profissionalização da Política, desde que esta tenha todas as cartas em cima da mesa e não haja nenhum truque na manga.
Permitam-me que vos dê o exemplo do tão contestado Vítor Gaspar que, como sabemos, acabou por abandonar as suas funções antes do tempo. Que o Sr. tenha sido um génio do seu tempo e que ocupara cargos privilegiados, cobiçados por muitos, por mérito próprio, não temos dúvida. Mas a partir do momento em que um economista quer trabalhar diretamente com a classe política, ele próprio deve adquirir formação para tal. Por muito excelentes que as suas fórmulas fossem e por muito bem que resultassem no papel, Gaspar esqueceu-se que na prática as pessoas adoecem, engravidam, falecem, e que por isso a capacidade de ajustar as suas resoluções no imediato, de forma a dar resposta aos problemas/necessidades da população, deve ser algo quase inato num político. Talvez assim se percebam as falhas destes últimos anos.
Talvez por ser estudante de Ciência Política, eu acredito na formação desta classe profissional e na profissionalização desta área, que é uma ciência como tantas outras. Talvez, digo eu.
 
 
Rute Rita Maia
 

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Solene e eterno adeus

A nossa vida é feita de despedidas, é inevitável.
Há momentos em que temos de dizer um "adeus" que pode ser singelo e simples, mas também apertado quando nos apela ao coração.


Nunca é fácil dizer essa palavra tão madrasta, por vezes é mesmo um enigma poder torna-la numa mensagem positiva. Sabemos que por vezes essa despedida é necessária para que a vida continue por melhores trilhos, que seja o início de mais felicidade na vida, mas não deixa de doer. São momentos, recordações, risos e brincadeiras que não se vão perder mas que ficam interrompidas. Rapidamente tentamos que esse adeus seja um "até já" com a promessa que esse vazio se vai preencher ainda antes de sentirmos a mágoa. Nestes momentos é preciso não ficar triste porque terminou, mas sim olhar em frente e esboçar um sorriso porque aconteceu. Que a sorte acompanhe esse adeus, já que nós não o podemos fazer.

Não conseguimos controlar: o tempo leva aqueles que mais gostamos. Por dentro serão imortais por aquilo que foram e serão para nós, pelo valor daquilo que nos ensinaram, pela importância e relevo que a sua companhia nos trouxe. São imortais porque jamais nos abandonarão, são imortais porque serão sempre nossos, nas nossas memórias. Questionamos constantemente o porquê de termos de nos despedir de alguém que nos tocou tanto. Merecemos mesmo este sofrimento? Onde está a justiça? Tudo respostas a que aquele "adeus" não responde nem cura ... Mas mesmo com aquela palavra como um fardo é o momento para reunir o que de melhor temos e, com o tempo como fiel companheiro, fazer com que essa palavra se transforme numa homenagem criada por nós próprios.
Não há distância que possa quebrar o sentimento e não será um "adeus" que vai cortar a ligação que existe desde sempre. A eternidade existe, porque fazemos parte dela.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O mundo ao virar da esquina

Texto criado por Pedro Miguel Oliveira, cronista residente.


Longe vão os tempos em que para atravessar o mundo era preciso dobrar Cabos Bojadores e enfrentar Adamastores. A única descoberta ainda por fazer é a da nossa própria personalidade, descobrir de que estofo somos feitos. Para alguns a construção da chamada zona de conforto é o objectivo, conhecer os vizinhos, ir ao café de sempre, ao supermercado aonde já tratamos a menina da caixa pelo nome, passar férias naquele sítio onde já as passaram no ano anterior e no anterior a esse, porque lá é bom, lá é conhecido, é seguro, não há razão para mudar.

Para outros (dos quais eu me considero parte…) essa razão não precisa de existir, o conforto é bom, a aventura melhor. É verdade que eu também um dia quero estabilidade e tranquilidade, mas, antes disso quero conhecer, conhecer novos lugares, novas pessoas, conhecer-me a mim mesmo.

Porquê contentarmo-nos com os estereótipos que temos e não descobrir nós próprios de que são feitas as culturas dos nossos vizinhos, que sim, hoje por vizinhos não se pode entender só as pessoas que vivem na mesma rua ou no mesmo prédio. Seja qual for a nossa paixão, partir à descoberta é uma aventura que vale a pena, seja para ver paisagens, museus ou estádios de futebol. O único obstáculo: a nossa vontade! Se ela existir,  também existirá um caminho, seja ele simplesmente sair de mochila às costas sem destino fixo, ou até,  porque não,  em um trabalho de verão naquele destino que sempre quisemos visitar e nunca tivemos possibilidade financeira para isso? 

Cada um é livre de escolher o caminho a tomar,  eu pessoalmente,  escolhi o segundo, não me arrependo e recomendo, por isso mesmo escrevo agora esta crónica sentado à umas quantas milhas da terra já a pensar nas próximas aventuras.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Pior Velhice


Sou velha e triste. Nunca o alvorecer 
Dum riso são andou na minha boca! 
Gritando que me acudam, em voz rouca, 
Eu, náufraga da Vida, ando a morrer! 

A Vida, que ao nascer, enfeita e touca 
De alvas rosas a fronte da mulher, 
Na minha fronte mística de louca 
Martírios só poisou a emurchecer! 

E dizem que sou nova ... A mocidade 
Estará só, então, na nossa idade, 
Ou está em nós e em nosso peito mora?! 

Tenho a pior velhice, a que é mais triste, 
Aquela onde nem sequer existe 
Lembrança de ter sido nova ... outrora ... 

Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas" 

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

# Coisas que não entendo (3)

Excursões a Évora

"Os cerca de 100 apoiantes de José Sócrates que se deslocaram da Covilhã a Évora para mostrar solidariedade ao antigo primeiro-ministro ficaram junto à cadeia. Visitas não foram autorizadas." - DN

Eis que se abre um precedente importante. Estas viagens para ver Sócrates pode ser benéfico para o país a nível monetário (sim utilizei "Sócrates" e "benéfico" na mesma frase"). Abre-se a porta a um destino turístico para a terceira idade aderir nas excursões.

Mais uma chance para quem dirige este negócio de viagens:
- Visite a Serra da Estrela e saboreie o tradicional queijo da Serra;
- Visite o Gerês e capte em fotografias a beleza natural em todo o seu esplendor;
- Visite José Sócrates e proteste pela sua liberdade à porta da prisão;

Parece que já estou a ver o cartaz a anunciar a viagem: 

"Visita a Sócrates, 2015

Venha disfrutar de uma maravilhosa viagem às terras de Évora onde pode começar por aproveitar toda uma vasta gastronomia da terra culminando numa paragem à frente do Estabelecimento Prisional de Évora onde pode apelar à libertação de um ex-Primeiro Ministro.

Nesta viagem pode até dar asas à sua imaginação: Faça o seu cartaz de apoio a Sócrates e não se iniba de gritar a sua solidariedade com frases como "Presos políticos nunca mais" e "Se como um bocado de pão foi porque ele me deu pensão".

Conviva com outras pessoas que partilham o mesmo ideal e que não têm mais nada para fazer do que ir para a frente de uma prisão apelar à libertação de alguém que nem sequer dá conta que estão lá por ele por ter o LCD da cela num volume alto. 

Faça a sua merenda, prepare a câmara fotográfica e venha daí, Évora (e com sorte José Sócrates) esperam por si!"

Posto isto ... quem quer ir na próxima excursão?